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Quem sou eu

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Sou a simplicidade casada com a verdadeira essência de um ser. Venho de uma família onde todos trazem e trouxeram em suas bagagens um código espiritual único e capaz de transformar palavras em frases complexas e simples, que ampliam horizontes e rompem barreiras. Sou filha do vento, da água, da terra e do fogo. Tenho minhas fases e mudo conforme a Lua. Sou a busca do exato, na medida disforme das coisas que vejo, e minha mente transcreve. Hoje criando este blog, mostrarei o que em gavetas escondia. Beleza, sinceridade, sede de transcrever o que minha alma sente ao se deparar com uma folha e um lápis, pois é desta forma que escrevo. Na simplicidade de um canto qualquer, mas com essência pura dos sensíveis.

sábado, 28 de dezembro de 2024

SOM SEM ECO


O bom do tempo, é o destempo de não saber o que está vivo ou morto dentro da gente.
Uma sobra de nós, a esconder os espaços vazios.
Preenchidos com os sonhos, na insistência de seguir...
Os contratempos, percorrem os ponteiros na velocidade do pensamento
Sem nada à dizer com um som sem eco, ou apenas um beco.
Ruelas à estreitar-se entre o antes e o depois...
Passagem sem saída...
Labirintos espelhados, refletidos na existência
Desistência...
Na compreensão de entender
Se é amor...
Se é paixão...
Se é amizade...
Um egoísmo, desmedido
Viagem sem bússola, navegação sem marujo
Um delírio, um martírio...
Querer o que não pode ser
Implorar quando não se sabe doar
Nos cantos de um cômodo...
O abajur à declarar, na tênue luz
Corpos que não ensaiam um ato
Entre as cortinas de voal
No anfiteatro do quarto, dois atores
Duas vidas, adormecem
Sem aplausos, encerram a noite
Com um aceno ou um adeus...

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Amor meu.



O abraço é novelo de lã, tecendo um ninho nos braços do outro. 
Aconchego silencioso das angústias do coração. Arqueando suas asas ao voo mais pleno no entrelaçar dos corpos . 
Nosso abraço é casaco aquecendo nossos dias, na distância que nos distancia. 
Amor meu.


segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Luzes saltitam em todos os lugares... Feliz Natal!


Cada passo as luzes cintilam
Uma caravana de luzes
Saltitando em alcances de Afeição
Cometas invadindo todos os ambientes...
Este é o Natal, o natal do encontro...
Sem neve, com sol que brilha à noite.
Invadindo corações nevados
Pedindo reflexão habitual
Um despertar de momentos que parece não ter fim...
Pensar nas pessoas que nos rodeiam, nas que partiram...
No ancião, crianças e até no Papai Noel.
Milenar é o período, reflexos do ontem fundidos no hoje.
Semeadura de bons lampejos de alegrias
No romper de cada ato em prol do outro
O Natal não é triste, triste é não saber o que significa o Natal.
Com flamejas, sem luzes.
É um aniversário iluminado.
O natal é festa interior
Busca o momento e transmuta para os demais dias.
Natal é luz acesa dentro do coração.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

MISSÃO DA ARTE DE AMAR



Pouco importa que a sombra da montanha
Não cubra toda a planície
Mais importante é pressentir
A quente presença do sol
De nada vale ficar lamentando
Os bons momentos que se foram
As oportunidades que não vieram
Porque mais importante é seguir acreditando
E não lamentar o sonho decepado
Muito mais importante é perdoar
Porque nem todos assimilam a beleza
A mensagem do amor
A profundidade do ser
Nem todos entendem.
Surge, na verdade
Que a mensagem do amor prossiga:
Criando beleza
Distribuindo paz
Trocando sugestões
Enfeitando trilhas
Recriando a existência
Levando as circunstâncias 
O Sonho Maior e duradouro.
Quem deixa rastros identificadores
Quem ama plantando auroras
Cavando em almas
Semeando a fé
Jamais poderá dizer que não ama a vida.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Queres saber...


Queres saber... O que sou, o que sinto, o que temo, ou acredito?
Enfim, o que sou diante de tudo e de todos.
Obtempero: Sou um ser com identidade definida e única.
Também sofro, choro, amo, recrio o que tem de melhor no orbe.
Alegro-me em ver que existem pessoas boas e entristeço com as más. 
Não sou fantoche, nem gosto de deboche.
Sou filha da água, do fogo, da terra e do vento.
Sou nômade, viajante de estações diversas, aprendendo quem sou na vastidão do Universo.
Sinto alegrias vertendo dos potes da vida, mãos amigas, sorrisos verdadeiros, brilhos nos olhos, sinceridade e infinitos sentimentos nobres que cobrem corações em sintonia com o Bem.
Temo o orgulho exacerbado, mãos mesquinhas, egos inflados, ceifadores de dores alheias e uma infinidade de atrocidades espalhadas pelos cantos do Mundo.
Creio que há um Amor que ainda não foi o suficiente para podermos ter a felicidade plena. E sim um projeto de Amor.
Creio que o sentido da vida, não está nas vitrinas do corpo perfeito vendido 24 horas por dia nas propagandas diárias. Por isso, vivemos um mundo sensual e não amoroso.
Crê que há de haver entre nós uma sintonia mais que perfeita, onde os olhos possam sentir que há esperança de repararmos os outros com mais carinho. 
Creio que mãos serão mais dadas, corações batendo uníssonos um com outro na imensidão da plenitude de sentir os batimentos que a alma possa escutar.
Creio que não somos passageiros de uma viagem só... 
Creio...


UM LAÇO ANÊMICO


Um amor que pranteia por ti
Lágrimas deslizam
Lavando a alma, o corpo e a saudade...
Um rio que corre num mar de ilusões
Unidos por um laço anêmico
Uma distância que distancia a afeição
De estarmos juntos e ao mesmo tempo separados
Sem mais ter as mãos entrelaçadas
Os corpos ardendo de paixão
Os lábios aflitos, por falta dos teus beijos
Os olhos não cintilam 
Iludiu...
O som das palavras sutis e apimentadas
Perderam-se nos ventos do desinteresse
Velejam sem porto, sem vela e luar...
Refreando, este desejo de te amar...







quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

ACONCHEGO VAZIO...


 














Ah! Este aconchego...

Dos encantos e desencantos

Que a vida mostra

É nos teus braços que durmo e sonho...

Devaneios de um mundo à mercê da sociedade

Que às vezes viro pouco caso...

Por que faltou muito pão de Amor...

No colo, experimento o carinho frio, mas sinto...

O abandono neste momento cala-se

Diante dos meus olhos cerrados

Sonho feito criança, na miséria de meus sonhos.

Queria neste momento acordar num recinto

Com belos sorrisos, um prato de comida, um presente de Papai Noel

A maciez de um colchão, não no chão...

Com esperança nos olhos ao ver

Todos unidos em uma imensa Fraternização...


 

 

 

domingo, 24 de novembro de 2024

Tempo e contratempo

O tempo veio para que possamos observar o nosso próprio tempo.

Não há tempo para amar...

Não há tempo para estudar...

Não há tempo para lutar e aprimorar...

Não existe limites...

Tudo depende do nosso caminhar...

Mas, há um tempo que lá do alto vêm para nós abençoar.

O tempo é amigo ou não, depende de quem lida com ele.

Uns atropelam o tempo...

O tempo não passa...

O relógio é mero enfeite...

Os ponteiros brincam de passar as horas...

Nada é feito na espera de um talvez...

Há tempo de refletir, sorrir, chorar, amar e evoluir.

Uns procuram nesta tela fria, o tempo em vida alheias, qual um tempo espelhado que não serve como espelho para nossa vida.

O tempo casa e divorcia de quem não sabe que todo dia, é um nascer e renascer no esplendor da tela viva.

Demarcada pelo tempo contra o tempo...

Viver a vida...

Sem contar o tempo e o contratempo...







domingo, 17 de novembro de 2024

POEIRA MENSAGEIRA

Costume antigo de tirar o pó.
Poeira nas coisas concretas e abstratas.
Excesso aglomerado de poeiras que muitas vezes deixamos de limpar.
Poeira mensageira, que devagar empoeira o que pode assentar.
Quanto amores empoeirados, precisando todos os dias ser espanados.
Quanta beleza que vemos e num piscar de olhos, tornam-se pó. Terra que consome o ser e transforma a matéria, misturando com os elementos naturais.
Há tanto pó, em mentes vazias, corações ocos, vidas sem sentido, amores não vividos, rostos pálidos, ventania, correria, cadeira e na canseira.

Há tanto pó.

Tornaram-se poeiras mensageiras, aquelas que escondem verdades, fogem da realidade, da extremidade, não tem finalidade o ato de vivenciar a sua potencialidade, deixando a poeira mensageira, perder seu prazo de validade.

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

CLAMORES DE PAIXÃO


Não consegues entender que os meus olhos te buscam
Qual cego tateando o mundo
Estão vendados para não se arrastar nessa falta que pressinto
Tuas mãos percorrendo minhas vontades
Sedenta espera, devorar-te em clamores de paixão.
Saboreia esta cútis a insinuar-se com sentidos torpes
Tomando os teus delírios em uma conjectura de promessas
Improvisando e viajando pelos caminhos do mapa de teu corpo
Desvenda meus olhos para que eu possa visualizar teu semblante
Respiração ofegante, olhos brilhantes e um sorriso de esperança.
Não demora, sou fugitivo dos sentimentos contraídos num recinto abandonado.
Sem espera, um principiante de emoções afloradas...  
Arrepiar de pele.
Me solta das amarras e cubra-me com teus afagos
Deixando-me deleitar dos momentos que no meu sonho sigo a te procurar
Acordando, volto a ser um cego a vagar...


quinta-feira, 7 de novembro de 2024

DIVAGANDO A BEIRA-MAR


No descanso do cotidiano 
Fui buscar um pouco de paz 
Nas brisas puras a beira-mar 
Meus pensamentos pulavam ondas 
Surfava em sonhos que ainda estão por realizar 
Pescava gestos que se perderam num contexto geral 
Mergulhei nas profundezas deste mar tão límpido 
E o céu em contraste reluzia o majestoso sol 
O horizonte apontava luzes 
Que minha retina ofuscava ao ver 
Descortinando a maravilha da natureza 
Respirava um ar tão puro e salutar 
Que somente sinto 
Quando estou a beira-mar

domingo, 3 de novembro de 2024

OBSERVAÇÃO ALÉM-MAR...


Observando de longe, avistei o mar e o horizonte.

Sentei-me em uma pedra e atentamente comecei a fazer uma comparação.

Olhava para o infinito, mas não conseguia definir onde começava e onde terminaria aquela imensidão de águas cristalinas que chamamos de Mar.

Minha imaginação foi muito além e ousada.

Comparei o Mar com Deus.

Imaginei as ondas sua barba branquinha igual a espuma, a cor refletida das águas seus olhos.

No imenso horizonte onde conseguia ver seu começo, porém não conseguia imaginar seu fim.

Igual a eterna vida que um dia vamos atravessar.

Deus nos dá como tira em forma de ensinamento.

O mar o faz também, tanto nos dá como nos tira.

Quantos se perderam por não ter medo da fúria do mar e afogaram-se em suas águas.

Os homens do mar, os pescadores, desbravadores trazem o alimento desse gigantesco mar.

Em suas águas límpidas, profundas e paradas, escondem mistérios perigo e frieza.

Existem pessoas desta forma: misteriosas, frias, profundas, paradas e perigosas.

O mar, o homem e Deus é a conexão mais precisa de observação além do céu e da Terra.


quinta-feira, 31 de outubro de 2024

SUSPIROS DE ALEGRIAS


Complementas meus dias, com tua voz carinhosa.
Gestos que deixam explícito que há Amor
Encantos, que em cantos, canto ao horizonte...
Um encontro de emoções, caminhos que se cruzaram.
Assim somos nós, atrelados num laço.
Num compasso, a música nos acalma.
Lábios que se beijam, corpos dançarinos.
Noites de delírios, enluaradas...
Vidas percorridas, sem destino...
Esbarramos num acaso divino
Presente dos dias que convivo
Na certeza de ser amada e amando também
Incertezas de sentimentos ruíram meu coração
Num tempo de outrora...
Colastes os cacos com teus sentimentos nobres
Homem ou menino deita em meu colo
Nossos dias caminham, os anos passam volitando com o tempo.
O amor nasce, quando abrimos as chagas do peito.
Deixando o outro instalar-se qual ninho de carinho
Restaurando a alma que chorava
Hoje em suspiros de alegrias.







sexta-feira, 25 de outubro de 2024

POESIA CANTADA - Geraldo Azevedo - Dia Branco (Ao Vivo)


 

PENÚRIA


Marcas definidas pelo cansaço
É a penúria transpirando a cada dia
Não deixando faltar o sustento à família
Olhos lagrimejam pelo sofrimento do descaso de ser humilde
Desde o amanhecer ao anoitecer suas mãos calejadas suplicam um pouco de paz
Há sossego em suas noites com o corpo fadigado pelo sol escaldante
Na rede estendida
Batalhando para sobreviver, reza com fé.
Agradece com o coração em lamúrias
Sabendo que lá do alto tem um por que
São vidas que se arrastam na humildade e expiação
Aceitando a realidade dura
Na pele dorida, mãos em feridas, rosto enrugado de agonia.
Expressão de angústia nos olhos
Retratando um semblante cansado da própria vida...



quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Nudez

























Desnuda em águas profundas
Pés tocando as profundidades do que sou
Imersa nas conjecturas dos meus ensaios
Meros artistas desdobram-se no tablado
Encenando cada ato
Não há máscaras a serem derrubadas
Quais cercas em solos invadidos
Este é o meu território
Demarcado por inúmeras narrativas
Do poeta ao sarcástico
Do irônico as verdades ditas
Mentiras não faz parte do texto
Não há espaço e nem tempo...
Minha nudez é despida de lucidez
Sem hipocrisia para agradar a maioria
Nem com a estupidez de ferir um coração
Sou a nudez de minha própria alma
Um estandarte na avenida
Que um dia será recolhido
Para quem sabe, um dia deixar.
Saudades com a minha partida...




terça-feira, 22 de outubro de 2024

MINHA MÃE - AMOR ETERNO. NASCIDA EM 22 DE OUTUBRO DE 1929.

 

Meus pensamentos volitam em um jardim de flores perfumadas, coloridas, espargindo uma fragrância em que vou ao encontro da minha mãe, pois após um período de sua “ausência-presença” é ali que nos encontramos para falarmos de nós.

Não há um tempo que o defina e nem um dia em que meus pensamentos não se voltam para ela, nos ligando em pensamentos por minhas orações de ternura, das singelas palavras de amor e carinho que nos envolve neste encontro de alegria.

Sinta o meu abraço mãe, daqueles demorado para que nossos corações se entrelacem e nos acolham neste sentimento de amor que não finda, acomoda entre o ventre materno e a saudade desta filha que há 22 anos presenciou tua partida...

O tempo já me fez sentir dor sem ferida, lágrimas sem insultos e sorrisos sem presença.

 Foi assim que nasceu a saudade, o entendimento mais profundo de que tudo não se acaba neste mundo, há um mistério que só desvenda quem tem a alma volitante.


sábado, 19 de outubro de 2024

RISCOS E RABISCOS


Riscos e rabiscos
Passo horas a fazer
São trilhas íngremes
Tento subir ou descer...

Nos rabiscos traço riscos
De amor, paixão, saudade
Desabrocha feita flor
Sem espinho com perfume

Em rabiscos saem riscos
Traduzindo o que sou
De momentos incertos
Na certeza do saber
Sou risco deste rabisco
Aonde irão ler

Serão simples frases
O que irás entender
Serão complexas
Caso o sentimento não existir
Uniremos vidas
Coração
Entre riscos e rabiscos
Nos momentos
De plena concentração




sexta-feira, 18 de outubro de 2024

O SABOR DE UMA SAUDADE


Quem atreveria dizer
Que sabor tem a saudade...

Será salgada
Amarga
Doce
Saborosa
Somente sei
Que o aroma
Exala

Fragrâncias
Suaves
Fortes
Marcantes
Fugaz

Esta saudade...
Adormece o peito
Deixando sabor
De quero mais



quinta-feira, 17 de outubro de 2024

JURASTES AMOR...



Jurastes amor...
Respirasse meu ar
Roubasse as ilusões
Soltando nos ventos...
Terrenos agrestes
Este amor orquestra
Baladas e Blues

Noites incandescentes
Indecentes
Pleno gozo
Vida em dueto
Canções cantaroladas
Dança colada
Suando desejos
Transpirando sensações

Jurastes amor...
Confessasse paixão
Pecasse na traição
Trocando meu corpo,
Lençóis, quarto, canção

Jurastes amor...
Perdesse o encanto
Trocando meu amor
Por lábios de carmim
Colocando nos meus
Secura d’alma

Evidenciando
Jamais ter feito
Juras de amor...

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Pintura Omissa



Não quero ser uma tela em pintura a óleo
Guardada em teu coração como saudades
Sente e pressentes a minha presença em teus dias
Sou um vulto do amor que te cuida
Guardaste-me para seguir os teus passos
Escutando as batidas descompassadas do teu coração
Carinhos são trocados em pensamentos
Acarinhas meus cabelos nesta projeção refletida
Cobres meu corpo nas carícias mais sinceras
Deixando eu guardada, presa em forma de estigma
Pintor retratando dois corpos encaixados na beleza
Prende esta tela, ao menos numa parede
Onde ao deitar possas lembrar que fomos entrega
Retira os sons que relembram nossos momentos
Do desejar ao ato consumado
Não quero ser esta pintura, e sim teu grande amor...
Nos teus lábios ser mel, e no teu corpo ardor...


O amor... Não adormece...


O amor...  Não adormece...
Atenua as impressões nas marcas deixadas
Esconde-se no abrigo dos sentimentos mais nobres
Suas vivências são dosadas para que ele repouse
Não ao relento, mas na candura de uma espera...
No rebento do gemido
Em flashes e no raiar de um lindo dia

O amor... Não adormece
Há lugar para conservar
Baú de cristal reluzindo o seu brilho
Nele há um polimento de carinho
Recosto em meu íntimo
O amor é aconchego em meu ninho...

Se o amor pensar em adormecer
Farei dele um conto de fadas
Beijarei suavemente seus lábios
Acordará e cavalgaremos num cavalo alado
Lado a lado...






segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Minha flor interior

Metade de mim é flor
Enraizada em águas profundas
Fecundas com folhas e espinhos
Aromatiza os vales, mares, rios...
Sou choro e sorrisos...
Alegria e tristeza...
Saudade e nostalgia
Amiga e colega...
Inimiga da minha própria sombra
Metade de mim despedaça
Sem matar a flor
Aromatizando minha alma
Sem perder o amor...
Pensamentos com cheiro de livros
Liberdade na arte de escrever
Poetisa por todos os cantos...
Continuando a segurar essa flor
Simbolicamente é ternura dos gestos
Ao encontro de outras mãos...
Um perfume e um bem-me-quer...
Sou inteira na convicção
Mulher, guerreira e destemida
A batalha venceu...
Sem despedaçar essa flor perfumada
Em cada linha que escreveu.



sábado, 12 de outubro de 2024

ACALENTO


Quantas cantigas escutaram, quantas cantei.
Acalento de tia, de avó, de mãe e de pai.
Embalo que adormece a criança que sabe desvendar em seus sonhos o alento do acalento.
Músicas cantadas, embaladas pelo vento, no aconchegante leito.
A voz suave a embalar o berço, lentamente deixando quem ouve sonolento.
Quantas cantigas se perderam e quantas persistem em ser cantadas.
Embalando uma criança nas noites ou nas madrugadas.

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

ACOLHIMENTO ABSTRATO


A chuva cai molhando meu corpo
Estendido em um acolhimento... 
Silencio
Neste mar junto às imagens que formam arabescos
Rabiscando os pensamentos refletem no céu
Nossas imagens retratando noite de sonhos
Absorvo todo o sentido delicado das entranhas que nos permitimos
Estática diante do que penso... 
Volitas ao redor de mim... 
Miragem...
Há de existir em nós uma forma de sentir sem quimera
Foi ou era...
Existiu ou Sumiu...
Permanece ou partiu...
Não importa abstratos não são tangíveis    
Sentir se sente
Tocar se pode
Criar asas e sobrevoar quem ao longe mora
Retrata numa nuvem imagem... 
Encontro de dois seres
Apaixonados... 
Que da lembrança não vai embora...



O MAR FALA DE TI - MAFALDA ARNAUTH


quarta-feira, 9 de outubro de 2024

ESPELHO D’ALMA




Nos olhos refletem os sorrisos
Sem movimentos de lábios
Beijos apaixonados
Ausência do amado...
Saudades em noites frias
Lugares distantes diluídos no vento

Nos olhos refletem os adeuses
Mãos que um dia acenou
Desejou, serenou...
Paralisou diante de um instante
Sem retorno, morno

Nos olhos refletem o espelho d’alma
Olhares que fitam num horizonte
Na luz do luar, do mar, e da pretensão 
De amar...













quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Um filme... Num tempo...




Perdida no silêncio dos meus pensamentos, envoltos de beleza e sutileza das palavras que pronúncias. Soletras as palavras que tiras de minha boca com a leveza de entender e decifrar de longe... 
Permeiam a solidão e trazem de volta junto com o arco-íris no horizonte. 
Esperança... 
Viajo solta entre os pensamentos e deleito-me nos anseios que caem em pequenas gotinhas no mar, minhas lágrimas de sentimento de existir e experimentar. 
Mergulharei para que a brisa sopre de leve meu corpo nudez. 
Deixando-me leve nas brumas, de tal modo descansarei num torpor de delírios sem os teus beijos.
Ao longe vibraremos em uma emoção de felicidade plena e constante. 
O momento delimitou um novo tempo de filmes que reprisam, e outros que ainda estão em cartaz. Somos um "trailer" na programação, pronto para serem ensaiadas as últimas cenas, de um filme de amor...

O BARQUEIRO


Desponta ao longe
Um barqueiro
A sorrir
Carregado de peixe
Está por vir.

Na beira da praia
De vestido florido
Surge a sombra
De uma mulher
Esperando o barqueiro

No vai e vem
Dos sorrisos
Sobre as ondas
A brisa com seu frescor
Refresca os corpos
Ardendo de calor.

O barqueiro
Atraca seu barco
Corre cansando
Para quem lhe espera
Trocando beijos
E promessas de amor

domingo, 29 de setembro de 2024

AMOR/TECE/DOR



Brincando com as palavras
Surge este AMOR/TECE/DOR
Decifrando o sentido
O amor tece a dor...
Ou a dor tece o amor
Amortece o impacto
Perde a força
Impulso que tece
Muitos ninhos de amor.

Colocarei um amortecedor
Em meu coração
Ficará forte
Contra os solavancos
De um amor sem limites
Dosarei a dor
Tecendo um caminho
Sem impactos e desilusões

Compensarei o amor
Sem a dor prometida
Sutilmente aconchegando
Em meus braços
Tão calado
Suspirando
Uma tese fiel
Amando e tecendo
Sem gerar dor, dissabor

Para os móveis AMORTECEDORES...
Aos amantes TECER O AMOR SEM DORES...

sábado, 28 de setembro de 2024

SINCRONIA


Debruçou nas alças de minhas vestes
Um pássaro de asas abertas
Levando-me por voos de liberdade
Sincronia de corpos dançarinos
Soltos e leves, dançando nas pontas dos pés
Ensaiando em grande estilo
Entre a palha e os gravetos
Acasalando em ritmos compassados
O amor pulsando em um ninho
Florescia a relva...
A chuva batizava o dia
Terra molhada do suor de carinhos
Corpos entrelaçados
Dançando o ritmo dos passarinhos...




TRANSPIRAÇÃO NOTURNA























Janelas abertas...
Esvoaçantes cortinas...
Lençóis, sem sentido
Transpiração noturna
Gotejando, um perfume na minha cútis
Nas noites de amor-fulgor...
Abrolhando de mansinho
Meu Homem-menino
Olhos de felino
Garras...
Que empunhas meu corpo nu

Roças tuas pernas, em meio aos meus delírios
Tão contidos...
Perdidos e pervertidos
Perspirando, tuas gotículas de paixão
Uma a uma, encharcando-me
Na vitalidade dos teus compassos
Faz de mim, um acolhimento
Faço de ti, uma inspiração




quinta-feira, 26 de setembro de 2024

SAINDO POR AÍ...



Ao fenômeno acústico da noite, volitei entre os arbustos livres e desembaraçada do corpo. 
Tudo a minha volta era uma paz infinita de beleza inconfundível. O som do mar e o bater de suas ondas, impulsionando para um bailar com as gaivotas suspensas no ar. 
Ansiava entre as nuvens e via do alto as pequenas e cintilantes cidades, umas agitadas e outras na calmaria sem vento. 
Somente a brisa empurrando a cortina de leve por suas janelas entreabertas nas casas de portas abertas. Outras casas vários cadeados entre os portões qual prisão ou gaiolas. 
Surge um cheiro bom que exalava ao longe vindo de uma chaminé de uma choupana, meu olfato degustou goles de aroma forte e encorpado do delicioso café. 
Viajei mais um pouco e o cansaço não fazia parte daquele momento, atrelada aos encantos corria por entre as flores e as fragrâncias perfumavam minha alma. 
Parecia ter saído de um banho de flores em momentos de relaxamento. 
Almejava ter mais pessoas que pudessem alar e sentir os episódios do alto e entender a dimensão e a pequenez do que somos. 
Quais grãos de areia que não suporta um vendaval direcionado empurrando os sonhos e tudo sendo deixando de lado. 
Os sentimentos começaram a pulsar e mostrar que somos fagulhas saltitantes em pequenos povoados sem fim... 
Não me despedi daquele momento, sabendo existir outros quando a mente relaxa imagina uma pulsação na forma de energia e se solta feito esferas ao ar livre, coloridos ou de uma só cor na espera de um único objetivo, entender que vamos além todos os dias... 
Porém, a simplicidade de cada momento só será sentida se deixarmos a bagagem pesada despojando-nos do supérfluo e admirando o que é raro. 
A própria vida, o respirar e todas as nossas emoções mais íntimas de sentir e dar valor no que realmente nos mostra as belezas que são dispensadas no corre-corre do dia a dia.
Fotografe os melhores momentos no coração e nele revele aos que te rodeiam uma amostra de um sorriso com uma pitada de amor (emoção).




quarta-feira, 25 de setembro de 2024

PEITO DOLENTE


Neste peito dolente
Pulsou um amor latente
Suas mãos formavam acordes
Hoje, na aspereza dos sentimentos   
          contrários.
Nasceram os pequenos espinhos
Sangrando o avesso do meu ser
Os respingos e seus pingos
Gotejam na lápide fria
Álgida perda de um grande amor
Na sofreguidão dos dias... 
As noites encobriram o luar prateado
No espelho d’alma...
Peito dolente
Dor ardente
Amor pungente
Vagando no horizonte...
Distante...