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Quem sou eu

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Sou a simplicidade casada com a verdadeira essência de um ser. Venho de uma família onde todos trazem e trouxeram em suas bagagens um código espiritual único e capaz de transformar palavras em frases complexas e simples, que ampliam horizontes e rompem barreiras. Sou filha do vento, da água, da terra e do fogo. Tenho minhas fases e mudo conforme a Lua. Sou a busca do exato, na medida disforme das coisas que vejo, e minha mente transcreve. Hoje criando este blog, mostrarei o que em gavetas escondia. Beleza, sinceridade, sede de transcrever o que minha alma sente ao se deparar com uma folha e um lápis, pois é desta forma que escrevo. Na simplicidade de um canto qualquer, mas com essência pura dos sensíveis.

quarta-feira, 17 de abril de 2024

O TEMPO PARA O TEMPO


O tempo é um ioiô de lembranças 
Rodopia feito pião de saudades 
Vem e volta o apelo de criança 
Sem deixar cair a esperança 
Das coisas boas que aprendi 
O tempo esconde-se no porão da vida 
Acordando sentimentos adormecidos 
Vagueia por lugares idos e vindos 
Sem fronteiras e horizontes 
O tempo para o tempo 
Quando a nitidez da visão é distante 
O tempo é relógio sem ponteiro 
Gira e da volta 
Pelo mundo inteiro 
Se o tempo se instala 
Na mente inquieta 
Saltita, pulando galhos 
Nas florestas desmatadas 
O tempo não perde tempo 
Quando soltamos boas gargalhadas

sábado, 13 de abril de 2024

CORAÇÃO POÉTICO


O coração de um poeta é uma mistura de variados ritmos

Vai do tango ao samba

Em passos miudinhos

Na boa ginga manda o recado

Que parceria é essa, compadre

Deixa qualquer romântica sem fôlego

Tiro o chapéu por sua maestria

Samba miudinho no teu compasso

Neste passo de bom sambista

No amor és afinado e requintado

Faz de mim a bailarina de sonhos

Segura estou em teus braços

Entrelaçada neste abraço

Se me perco ou me acho

Neste compasso...

De amor, alma e parceria

Não brinque com este coração

Parceiro

Depois que o Amor se instala

No coração quer abrigo

No teu colo descansar

Deixando as horas soltas

Nos desejos e na ânsia de te amar...

 

 

Vai que dá um samba, sabe lá.

quarta-feira, 10 de abril de 2024

VITRAIS

Abro e fecho minhas asas
Santa ou pecadora...
Despojando de todos os pudores e amores
Atravessei o vitral da vida
Precipitando em cacos coloridos
Deflagram as lembranças de tudo e de todos...
Vitrais sublimes que transformam os dias em silêncio...
Suavizam os reflexos que dentro de mim exteriorizei
Calando diante dos soluços de sofreguidão
São vitrais pintados e moldurados
Erguidos em paredes enquadrando o espaço
Rabiscos azulados da minha intimidade de ser
Reflexos e respingos que aos poucos
Formaram os lindos vitrais
De muitos ais...



NA SOMBRA


Na sombra vivem
Os que não tiveram sorte
Pequenos e pisados
Os artistas sem glórias
As meretrizes
Os gigolôs
Os bêbados
E os humildes
Anônimos no mundo.
Na sombra multiplicam
Essa paisagem contínua.
A sombra dá os limites
Entre o que foi e o que é.
Anula aparências
Aproxima distâncias...
Na sombra nascem
As estrelas
As sementes
As idéias...
As músicas e a própria
Vida...

RETRATO DE MULHER


Refletida no espelho
Da vida
Vejo esta mulher
Com seus amores
Dissabores
Das desilusões
Vividas
Sufocou gritos
Amargurou tristezas
Soluçou de saudades
Brindou a felicidade
Conquistou espaços
Perdeu lugares
Foi substituída
Sobreviveu
Olhando um retrato
Amarelado
Surgiu idéias
Inovou
Deixando amontoado
O passado
Vez por outra
Remexe no álbum
Que retrata
Guardando
O que foi esquecido
Em um retrato
De mulher
Muitas vezes
Adormecido

terça-feira, 9 de abril de 2024

PENÚRIA


Marcas definidas pelo cansaço
É a penúria transpirando a cada dia
Não deixando faltar o sustento à família
Olhos lagrimejam pelo sofrimento do descaso de ser humilde
Desde o amanhecer ao anoitecer suas mãos calejadas suplicam um pouco de paz
Há sossego em suas noites com o corpo fadigado pelo sol escaldante
Na rede estendida
Batalhando para sobreviver, reza com fé.
Agradece com o coração em lamúrias
Sabendo que lá do alto tem um por que
São vidas que se arrastam na humildade e expiação
Aceitando a realidade dura
Na pele dorida, mãos em feridas, rosto enrugado de agonia.
Expressão de angústia nos olhos
Retratando um semblante cansado da própria vida...



Deixei o véu cair...



Neste véu lanço-me nas danças flamencas
Presa aos destinos... 
Sem desatinos...
Coberta pelo xale de organza
Deixo minha silhueta bailar de encantos
Percorro em instantes lugares desconhecidos
Olvidados, sobressaltando emoções.
Liberando o espetáculo, caminhando junto das caravanas.
Roupas bordadas em ouro, adereços e um cordão dependurado no pescoço.
Uma esfinge de madrepérola com figura de uma cigana
Os véus soltam-se nas danças, nos pares a se formar.
Um cigano entrelaça suas mãos nas minhas
Um encontro de vidas... Quem sabe...
Seus olhos significavam narrativa que na história caiu em esquecimento.
Deixei o véu cair, e um olhar refletiu na retina longínqua.
Uma história, revestida em várias vidas...
Um amor perdido nos olhos escondidos...
Do amor não vivido...




segunda-feira, 8 de abril de 2024

CONTIGO, COMIGO, CONOSCO


Contigo amo-te
Nos limites
Do coração
Sinto tua seiva
Teu sabor
Tua paixão

Comigo andas
Lado a lado
Muitas vezes
Calado
Trazendo este amor
Sentido

Conosco o elo
Da cumplicidade
Caminha
No sossego
Da amizade

Contigo estou
Comigo estais
Conosco vamos
Sem olhar
Para trás