Sergio Endrigo - Io che amo solo te - Live @RSI 1981

 

ENTREOLHAR

Senta-se aqui e olhe bem nos meus olhos

Veja o farol a guiar na espreita do querer

São os lampejos de emoções

Alagando o rio em direção ao mar

São as linhas invisíveis que nos aperfeiçoam...

Na imensidão de tudo que vimos...

Nas canções que dançamos...

Na chuva que molhou nossos corpos

No beijo de amor e de amar...

 

Senta-se aqui e olhe bem nos meus olhos

São neles que traduzo

Os teus gestos mais encantadores

Despertando em auroras ou crepúsculos

Rompendo os arabescos de arco-íris

Cintilando entre o horizonte e as gotas de chuva fina

Entrelaçados em um emaranhado de sentimentos

Envoltos de ternura e magia...

 

Senta-se aqui e olhe bem nos meus olhos

Entreolhe o que a alma define

No amor que as mãos tateiam

Na boca que sussurra teu nome

Na longa espera do querer

Encontrando teu semblante

Brotando no pôr do Sol de um lindo anoitecer...

 

QUEDA IMPRECISA

Suavemente se solta...

Como paraquedista

Voando no espaço interior

Atravessando caminhos incertos

Para se aconchegar quieta

Num canto qualquer

A natureza se exalta

Ao ver a figurinha amarela

Pelo tempo corroído

Cair por sobre a relva

Uma folha desprendida

Que de uma árvore nascida

A outra vai dar lugar

Pois é da Lei Natural da Vida

Tantas, assim, procederem.

Esta folha singela

De cor amarela

Não saberia que um dia

Seria a figura principal

Desta poesia

SOU TUA COMPOSITORA

Sou compositora
Minhas palavras falam de amor
Penetram em teu ser
Iluminando tua alma
Danças no embalo do meu amor
Sinto teu calor

Nossa dança vai além
Nossos corpos encaixados
Vibram
Num acorde carnal, celestial
Acompanhado
Da orquestra divinal
Encaixados estamos
No prazer a sentir
Um amor transbordando
Nos lábios a sorrir

Somos músicas
Cantadas ao vento
Presa a quatro paredes
Encaixamos nossas vidas
Num bailar de corpos
Ardendo de paixão
Sou mulher
Torno-me felina
Gravando
Em tua pele
Unhas que não ferem