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Quem sou eu

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Sou a simplicidade casada com a verdadeira essência de um ser. Venho de uma família onde todos trazem e trouxeram em suas bagagens um código espiritual único e capaz de transformar palavras em frases complexas e simples, que ampliam horizontes e rompem barreiras. Sou filha do vento, da água, da terra e do fogo. Tenho minhas fases e mudo conforme a Lua. Sou a busca do exato, na medida disforme das coisas que vejo, e minha mente transcreve. Hoje criando este blog, mostrarei o que em gavetas escondia. Beleza, sinceridade, sede de transcrever o que minha alma sente ao se deparar com uma folha e um lápis, pois é desta forma que escrevo. Na simplicidade de um canto qualquer, mas com essência pura dos sensíveis.

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

TEMPESTADE



O céu escurece, as nuvens tornam-se cada vez mais cinzas.
Os primeiros relâmpagos rasgam o horizonte perdido.
Os primeiros pingos caem brutalmente, ferindo a terra em sua fúria selvagem.
Protegido pelo vento, que varre impiedosamente despindo as árvores que se debatem.
Nesta sincronia louca, o espetáculo é tenebroso e lindo ao mesmo tempo.
Tudo devasta e devassa, numa ânsia louca, uma enxurrada se forma, os entulhos acumulam, a rua inunda, a chuva cessa.
As águas dançam, represadas num canto sem saída.

Ana Moura - Tens os olhos de Deus / Poesia plena, interpretada nesta bela canção dando leveza na alma.

(Letra e Música de Pedro Abrunhosa)

Tens os olhos de Deus
E os teus lábios nos meus
São duas pétalas vivas.
E os abraços que dás,
São rasgos de luz e de paz
Num céu de asas feridas,
E eu preciso de mais,
Preciso de mais.

Dos teus olhos de Deus,
Num perpétuo adeus 
Azuis de sol e de lágrimas,
Dizes: ‘Fica comigo
És o meu porto de abrigo,
E a despedida uma lâmina!’.
Não preciso de mais,
Não preciso de mais.

Embarca em mim,
Que o tempo é curto
Lá vem a noite
Faz-te mais perto.
Amarra assim 
O vento ao corpo,
Embarca em mim
Que o tempo é curto.
Embarca em mim.

Tens os olhos de Deus,
E cada qual com os seus
Vê a lonjura que quer,
E quando me tocas por dentro
De ti recolho o alento
Que cada beijo trouxer.
E eu preciso de mais,
Preciso de mais.

Nos teus olhos de Deus
Habitam astros e céus,
Foguetes rosa e carmim,
Rodas na festa da aldeia
Palpitam sinos na veia
Cantam ao longe que ‘sim!’.
Não preciso de mais,
Não preciso de mais.

Embarca em mim,
Que o tempo é curto
Lá vem a noite
Faz-te mais perto.
Amarra assim 
O vento ao corpo,
Embarca em mim
Que o tempo é curto.


quarta-feira, 18 de setembro de 2024

PARTIREI...


























Partirei...
Dos momentos relâmpagos, da fúria dos sentimentos amordaçados.
Arremessados ao vento, qual sopro de vida

Partirei...
Para saltitar entre as estrelas
Eleger a mais brilhante, debruçada a te olhar...
Pendurar-me nos fios condutores
Interligação do nosso benquerer

Partirei...
Valsando, sobre os círculos de Saturno
Brincar freneticamente, por todo Cruzeiro
Na direção do Sol, que aquecerá o frio de minha alma
Por estar distante dos teus olhos

Partirei...
Das estações sem apito e sem trem
Dividida, em mil pedaços
Prendendo os cacos, dispersos
Nos trilhos trincados desta partida

Partirei...
Num colapso estrelar
Ermitoa, no silêncio da meditação
Na busca incessante. Arrebatador.

Partirei...
Acolhendo no meu coração
Feito águia nas alturas
Que do alto te procura
Pressentindo
Teu espelho (reflexo)
Projetado na minha retina

Assim, partirei...

terça-feira, 17 de setembro de 2024

FLUTUANDO NO INFINITO...


























Na tua vida o que mais me encanta
Que sou teu porto seguro
Surgem as tempestades...
Revoltos entre os mares e ventanias
Procuras meu corpo num abrigo sem abandono
Náufrago de noites perdidas, vens e acarinha.
Promete nosso amor ao delírio da Lua
Vigia e brilha refletindo nosso amor
Agasalhas-me como quem pega uma criança
Embalando seus sonhos em melodias
Envoltos nos lençóis de um barco a deriva
Tempo, flutuando no infinito...
Perdição de todos os pudores e amores
Somos habitantes de nós mesmos, numa roupagem de pele nua.
Misturamos os sabores em goles de euforia
Bocas que se encontram, surfando nas línguas soltas.
Saciando o velejador na expedição de aventuras
Trocando os lençóis para um novo dia...

CADA MISSÃO TEM SEU GRILHÃO



Cobri meu corpo
Desnudo
Perfumei minha
Alma com rosas
Banhei-me
Em águas perfumadas
Minha mente
Inquietante.

Sorri para vida
Esta escolhida
Em missão preferida
Do que venho
Tentando ser.

Sou humano
Na medida 
Que posso
Sentido de perto
O soluço 
Dos que sofrem.

Cada grilhão carregado
É a cruz destinada
Na missão desta vinda
Quem tem ombros
Que a carregue
Quem não os tem
Que reze

Depressão, depressa, devagar, calma...


Há monstros criando asas na imaginação dos que sofrem com a depressão.
Depressa eles começam a correr pelos corredores, instalando-se em paredes mofadas atormentadas pelas correntes que carregam.
Devagar vão surgindo, o peso da cabeça pesa mais que o próprio corpo.
Desequilibrando os pensamentos, falta de sossego, agonia, outras formas de desespero calado e sofrido.
As noites são intermináveis, o dia sem graça e vazio.
O ambiente repleto de pessoas, mas a vida não sorri, não agita, nem anima... 
Sente falta não sei do que, o dia amanhece chato e sem graça.
São dias, meses e até anos lutando contra si, carregando pensamentos que frustraram suas perspectivas de vida, sonhos, amores, vidas que se foram.
As lembranças debruçam em sua janela interior fechando com cadeado onde a chave mal sabe onde as colocou. E vai seguindo por labirintos com ajuda, sem ajuda, medicamentos, ou simplesmente a deriva da própria sorte, para um dia quem sabe acordar e sentir a calmaria.
Calma, acalma a tua vida. 
Coloca as engrenagens para funcionar, devagar sem pressa, mas coloque-as.
São em pequenos passos que aprendemos a nos equilibrar, a sentir que somos únicos no Universo. Somos feixes que podem iluminar como apagar com qualquer forma de vida que escolhemos. Que sejamos luzes em noites escuras, iluminemos as passarelas das vidas que precisam de nós. 
Durante o dia, que esta luz também sobressaia. 
Surgindo do Farol dos sentimentos mais puros que carregamos. 
Na calmaria dos dias, as tormentas do passado, não há mais morada.
Edifica a tua vida no despertar do teu EU. 
Neste habitar teu momento acontece, a vida floresce, e o que achavas que iria terminar, retorna com força e luz, paz e harmonia, fé e oração, porque depressa ou devagar tudo volta a ter calma.
 Neste compasso, descompassado entre o teu passo e o passado que findou num tempo que não existe mais...

domingo, 15 de setembro de 2024

DESNUTRIDOS



Definhando
Caminham
Desnutridos
Sentindo
Fome
De sorrisos
Esperança
Alegria
Dignidade
Justiça
Mão amiga
Amor
Momentos
Transformadores
Nutrientes
Saudáveis
Prometendo
Ajuda
Tirando
Do confinamento
Deste mundo
Mesquinho
Poder
Palavra
Que derruba
Suga as paredes
Do ser
Desnutrindo
Destruindo
Sem nada
A fazer

sábado, 14 de setembro de 2024

DESENCONTROS


Renúncia do sentir e do querer...
Lanço-te nos prados observando teus galopes
Velozes desaparecendo nos confins...
Fugaz veio ao meu encontro e foges de medo...
Não sou juramento em teus lábios e nem nos meus serás...
Fomos encontros com desencontros
Vidas que se cruzaram sem acostamento
Despenhadeiro de sonhos revirados em pesadelos
Brilhos nos olhos qual vela apagada
Tornamo-nos alheios misturados ao mundo

Um mundo nosso que hoje morreu
Desaparecendo aos poucos com o por do sol...




quinta-feira, 12 de setembro de 2024

ALVORADA



O sol rompendo a
Resistências das nuvens
Tinge o céu de vermelho escarlate

A natureza acorda sonolenta
Com o despertar da passarada
Que harmoniosamente executa
Um hino de louvor ao dia

Os primeiros reflexos
No mar é lançado
Seus raios fulgurantes
No grande espelho refletido
Dançando a valsa da brisa

As ondas entrelaçadas
Debruçam suas espumas
Que vem beijar as praias

Este deleite do nascer do sol
De mansinho
Inundando de infinita beleza
Para sempre levou
Aquela minha secreta
Intensa
Tristeza...

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

INSONDÁVEL MUNDO ESCONDIDO




As borboletas volitam em campos sublimados
Sobrevoando os girassóis buscando o calor do sol
Descortinam a natureza exuberante numa conjunção insondável
Ao passo de suas volitações, chegarem cada vez mais alto.
Encontrando abrigo em vastos jardins achando um repouso merecido em verdejantes caminhos florescidos.
Dançam na sinfonia dos acordes, emudecendo nos arrebatamentos suas asas de júbilos.
Observa em cada flor um perfume individualizado em cores solares.
Espargindo mais vidas para a grande mutação
Roçando suas asas ao encontro de florejar a existência em pequenos larozes.
Guardando-os em pequenos casulos. A elevada forma de uma perpetuação de vidas entre dois mundos...
Contemplam o ambiente em preparo à grande metamorfose...


terça-feira, 10 de setembro de 2024

INTENSA ENTREGA




Tire meu chão
Escolha uma boa canção
Deixe a luz tênue
Janelas abertas
Escutamos o marulhar
Percorre meu rio
Tresloucados amantes
Imergem fundo, um no outro...
Respiração ofegante
Pulsação delirante
Noites quentes, arrepios...
São teus olhos nos meus
Minha boca colada na tua
Corpos que abrasam...
Sem ser brasa...
Na intensa entrega
Deixar de ser UM
Para sermos, NÓS




ENCANTOS SEM PAR...


 

Ouvindo a orquestra das gaivotas

O marulhar das águas marinha

Sentindo no rosto, os cabelos a voejar.

Frescor da brisa que penteia

As dunas, desta terra:

Histórica e legendária Laguna.


A voz determinante

Minha própria consciência

Que me inspirou.

As ruas cansadas

De sol inundado


São calmas e silenciosas

Os casarios marcados

Pelo tempo desgastado

Serão vistos de novo

Pelos meus olhos cansados


Minha alma não percebe nada

Pois, corre atribulada

Pelas Praias, Museus 

Farol de Santa Marta a iluminar

O escuro mar, guiando os navegadores

Dão aos turistas frequentes

Um cartão postal diferente

Vagueio por sobre a Lagoa

No alto do Morro da Glória

A cidade descortinada

Lagrimejam meus olhos ao ver

No desprezo que ecoa nos labirintos

Das ruas desertas...

Minha história de vida 

Que ali vivi...

 

 

 Créditos foto: Sandra Queiróz

 

 

 

A FLOR ANSEIA FLORIR...


As flores estão faceiras para florir, está se aproximando a estação dos perfumes nos pomares, nos canteiros espalhados por tantos lugares. 
Um colorido que a natureza pincela, em cada espécie a florir e desnuda a semente recobrindo em flor. Os beija flores brincam e rodeiam felizes, ao beijar com seu toque sutil pairando no ar de tanto êxtase. O colorido esvoaça assoprando o acinzentado dissipando-os nos ventos tropicais. 
Mergulham no céu e mesclam com o branco das nuvens, bordando o céu de estrelas com o brilho da Lua.
 Ao clarear do dia, as nuvens brincam de ser carrinhos de choque e regam as flores com a chuva que aduba seu solo e faz ainda mais fértil. 
As colheitas tornam-se lindos ramalhetes colhidos da natureza para cobrir os espaços vazios que na alma habita, tornam-se presentes que murcham e perdem o perfume, o viço e muitas vezes a finalidade. As flores deveriam ser apreciadas de forma mais plena.
 Pelo fato, de fazer parte de um conjunto onde estamos inseridos mais não sabemos valorizar o espaço de cada um. 
Assim, é na vida, no trabalho, nas amizades, no convívio com a família, queremos cortar os botões em flor para que alguns virem ramalhetes expostos nos diversos ambientes, morrendo aos poucos por que não são mais regados e cuidados no seu florejar. 
Demudam e tornam-se flores empanas e sem vida. 
Que as flores sejam cultivadas desde o momento que ainda é semente e suas raízes estão em profundas camadas fincadas na terra, com o mesmo amor que temos por tudo que nos cercam em abundância de belezas criados pelo Criador. 
A flor não substitui a dor, o amor, e nem as palavras frívolas que soam por aí!!!!!

sábado, 7 de setembro de 2024

PERDIDO NA MULTIDÃO


Na minha loucura
Como quem anda à procura
Desvairada ilusão
Encanecido devaneio em que persigo
Um semblante ou um rosto amigo
Extraviado na multidão

Na minha loucura
Aonde o vento murmura
Promessas de um amor distante
Inquietante minha alma vislumbra
Sentindo um vazio na alma
Entre tanta e tanta gente

Na minha loucura
Como quem anda à procura
Minha andança fugaz
Olhares olvidados nos céus
Conclamo à Deus
Que eu encontre qualquer dia
Mais calor humano, perdido nas ruas
Pois, o que vejo é sagaz


sexta-feira, 6 de setembro de 2024

ORQUESTRA DE VENTANIAS


Percepção de um entrelaçar no tronco de desejos
Escravos em liberdade de uma união eterna
Sem açoites, onde a chibata são as minhas mãos.
Suaves toques alteraram nossa essência

Enraizamos e desde as primeiras sementes brotou um despertar
Na orquestra das ventanias debulharam-nos deixando-nos nus, e dos descaimentos ressurgimos na certeza nas intensas raízes.
Escorrer na sedenta relva a seiva dos desejos

Espalhando outras sementes férteis perpetuando nosso romance
Hoje dormimos nos relentos abraçados, são emoções que nos fez modificar-se em frondosas árvores em matas fechadas, para não sentir o golpe do machado ferindo nas fibras.

Dos suaves toques renascemos e morremos na junção dos corpos sedimentados no esplendor de natureza.




quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Sou mera espectadora


















Sou mera espectadora do espetáculo sem plateia...
Sou mera espectadora apreciando teus ensaios fotográficos na minha mente.
Fui eu quem viu o teu primeiro sorriso e teus olhos brilhantes espreitarem por detrás das cortinas, refletido em minhas retinas.
Sou mera espectadora apreciando tuas poucas palavras, encaixes de infinitas vibrações nas emoções descabidas.
Sou mera espectadora das alegrias que cercam tua vida no monólogo decorado no passar dos anos...
Sou mera espectadora de sonhos alados, crio asas e sobrevoo teu anfiteatro interior.
Sou mera espectadora e uma personagem na peça da tua vida, fazendo de cada ato uma apresentação sem ensaios... Protagonista de uma suposta história de amor.
Sou apenas uma mera espectadora, apreciando tua existência no coral desafinado em uma peça teatral sem nome ou legendas.
Sou mera espectadora encontrando nas linhas que escrevo teu nome em pensamentos, tateando as minhas emoções.







terça-feira, 3 de setembro de 2024

RENOVAÇÃO


Se no amor me sinto transtornada
Por que na direção não vejo norte,
É que esse amor de todo renovado
Não promete ternura e nem o porte.

Da ânsia e da ilusão do que se foi
Mas voa, pois se em feliz adivinho
É que minha alma vibra e pressupõe
Que há semente de flor nesse caminho.

Sigo, vivo canto. Até me prendo
Na certeza do tempo que não passa
Porém, se a solidão me surpreende
Desconfiada. Incerta. Não por ti
Mas, por receio que esse amor me faça
Sofrer de novo aquilo que sofri.