Inundam submergindo as estantes com gavetas dependuradas
nas paredes sobrecarregadas.
Percorrem por todo corpo, enchente de pensamentos interligados entre as águas e o transbordamento de sentimentos.
Comportas rompem-se alastrando todos os cubículos
chegando até a alma.
Diluem-se em pequenos nacos para cada ambiente alagado.
Inerte mergulhado nas entranhas de meu corpo
Percebo o rio que corre entre a espinha dorsal qual tinta
escorrendo entre as paredes e os poros.
Vibro nas cores e diluo cada cor, pintando e rabiscando
os desenhos pendentes na mente.
Sou um acrílico fosco ou cristal em pleno brilho.
Sou caminho inundado ou montanha erguida para prece.
Sou errante ou caminhante...
Sou uma ave a voar baixo e rasante ou uma águia
observando o horizonte
Vem à chuva, inundação, coração, alma...
Sem lamaçal, com luz, amor e caridade.
Centelha de vidas que nos corredores da vida, não invadem
minhas verdades.
Na convicção de ser uma comporta aberta desaguando minhas
virtudes.