Eu soluço enquanto perambulo em agonia de folhas machucadas.
Dorida a desabrochar nos prados.
Incrédula cobre o impossível.
Vou ficar atenuada dos desejos vãos que me ocupam.
Por pura vaidade inventei você tirando-me sons de maneira agreste.
Restringida a mim mesma, tanjo-me para a minha própria interpretação.
Mero amor patético, conforme despacho anexo caiu em exercício findo.
Hei de amar-te como deuses, arranjando flores numa jarra.
A tua postura glacial faz brotar meus impudores
Como gerânios vermelhos em jardineiras de sobrado.
Passado o espanto, debruço-me desnatada, isenta de tributos.
Guarda a tua decência lustrosa antecipatória de orgasmos.
Palmo a palmo.
Para na posse de ti mesmo recenderes a oferenda em oratórios.
De repente, me deparo aguçando os sentidos,
Com coros angélicos e lamparinas a guisa de ensaio.
Prevaleço-me do momento para chorar de fato e de direito a tua falta.
Optei por extraviar-me já que me convém o inabitável...
Até cair em brios.
É a minha pretensão maior colocá-lo no pretérito.
Crio um espaço e me manifesto, prometo que não serei breve.
Que outros anseios se não os que ora tenho
A manter-me pura na selvageria de seu culto?
Deixo em descuido por alamedas juncadas.
Razão, essa coisa incômoda a se instalar.
É um costume um pouco vago e esquecido, ficar na espreita do inacessível.
Não tarda, ocupo inteiro o seu espaço, com meu canto de eleição
Combinações de aromas. Agonizo em altar profano com aparatos.
Torna-se imperiosa ficar extremamente ampla
Esgarçada para abrigar todas as dores sem ranger.
Calei-me pudicamente onde se estabeleceu o vácuo.
Tão real que ao meu lado, transcendendo teme admitir
Remotos nós e nosso pacto de sintonia.
Feito para gozar o imaginário, raízes a mostra ressentidas,
Padecida contorço-me fazendo retinir os sentidos.
Proclamo minha presença, cujos braços abertos pensem
De repente desobrigados da espera.
Sôfrega tonalidade do réu litúrgico.
Para alguém alhures. Saio deste estado letárgico para existir a despeito.
Enternecida, sóbria, quase serena, de ágata muito alva.
A poesia me salvou.