Páginas

Quem sou eu

Minha foto
Sou a simplicidade casada com a verdadeira essência de um ser. Venho de uma família onde todos trazem e trouxeram em suas bagagens um código espiritual único e capaz de transformar palavras em frases complexas e simples, que ampliam horizontes e rompem barreiras. Sou filha do vento, da água, da terra e do fogo. Tenho minhas fases e mudo conforme a Lua. Sou a busca do exato, na medida disforme das coisas que vejo, e minha mente transcreve. Hoje criando este blog, mostrarei o que em gavetas escondia. Beleza, sinceridade, sede de transcrever o que minha alma sente ao se deparar com uma folha e um lápis, pois é desta forma que escrevo. Na simplicidade de um canto qualquer, mas com essência pura dos sensíveis.

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Vastidão...

Abasteço meus dias
Caminhando com a aragem
Assistindo as belas paisagens
Admitindo a onda me levar
Vastidão...

Espectadora de um vendaval varrido
Sentido e deprimido, fico serenada.
Outras agitadas quais ondas da maré
Refletida de um verde ou azul
Sou céu claro ou mar agitado

Não há prosseguimentos
Por vezes claridade e paz
Intranquilidade e guerra interior
De repente quer o amor, sem amarras.
Sou mistura de lembrança

Sem bonança, pura tempestade.
Um pássaro ferido a voar
Sem ninho, carinho.
Fixo a olhar não existe sinal.
Vasto é o mar

Afogando-me em porções salgadas
Esperançosa dos carinhos recebidos de mãos dadas.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

CONTEMPLAÇÃO


Contemplava a criança percebendo a variação no voo de uma borboleta. 
Inicia um brincar entre seus dedos, pousando de leve nos ombros surpreendendo no bater de suas asas.
Senta na campina sentindo o cheiro dos aromas de alfazema. 
Alcança a liberdade de ser criança. 
Longe do tumulto dos dias, correria dos carros, tarefas findas sem descanso, o tempo limitado com afazeres de adulto vestido de infância.
Observa as cores mais brilhantes com a nitidez que a natureza lhe apresenta.
Pequena não entende a presença de Deus, mas consegue perceber que o homem não é capaz de trazer o cheiro das matas, as cores que vê e nem consegue imitar na forma plena o voo da borboleta.
Escuta ao longe os pássaros a cantar qual sinfonia em grandes anfiteatros, cantarola uma música de infância que aprendeu na escolinha, e vibra com tamanha beleza que lhe cerca no ambiente de paz e sossego.
Mais um dia termina, a menina deita no campo adormecendo pelo cansaço descortinando a perfeição sem muito compreender a vida.
 A borboleta voa encontrando as flores e abelhas, os pássaros se aconchegam nos galhos para um novo despertar.
Acolhimento de uma infância no seio da terra que lhe abriga, coberta de estrelas num despertar com o raiar do dia.



segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Acordes Renascendo


No recolhimento dos meus ais
Prisioneira nos canaviais
Presa no tronco da dor
Açoitados pelo abandono de um tempo...
Amor soterrado em palmos profundos
Não mais escrava...
Vesti-me de negra libertação
Emoções precisam fenecer e ressuscitar
Morte é término e recomeço
Quebra de ciclos viciosos que deixamos instalar-se
Sentimentos que não nutrem
Desgastam ao ponto de aniquilar
Minhas vestes são porções de retalhos que jogarei para o alto
Desvirar ficando nua de corpo e alma
Modificando todos os açoites recebidos
Num novo corpo restruturado e recomposto
Revestido de uma bela sinfonia
Acordes renascendo
Metamorfose de uma estória esquecida...





terça-feira, 30 de janeiro de 2024

FLERTANDO MINHA ALMA



Na imensidão do meu ser
Fiz morada num castelo de sonhos
Revertia em meus olhos um encontro solitário
Capaz de mensurar as necessidades interiores
Gritando e clamando por um minuto de atenção
Flertei a minha alma, como se flerte um amor à primeira vista.
Deixei fluir a essência de sentimentos contidos
Um namoro entre o corpo com alma
Flertei de leve sem medo de tocá-la apalpando suavemente
Buscando entender a complexidade das formas
O corpo entrelaçou a alma e fizeram um bailar de momentos
Esquecidos, apagados e lembrados a cada passo dado.
Deste flerte minha alma fixou um ponto de apoio
Olhei na profundidade conforme o meu alcance
Vislumbrando a vida de outra forma
Onde o corpo esvanece enquanto a alma floresce...
Assim, flertei minha alma...


quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

ASCENDÊNCIA


É no bailar de sinfonias
Tocadas, pelo som de um piano (Nocturne)
Que vou ensaiando os primeiros passos
Bailarina da vida e do Espaço...
Flutuo entre os poros e as linhas que demarcam meu corpo nu
Sentindo o nascimento de ser mulher-menina
Abrindo os braços deixando a poeira baixar
Voltando a ser criança, a brincar com as lembranças
Insistentes pensamentos, que brincam com ascendência
Do que fui e do que sou...
Envolta de sossego e liberdade
Inicio as gesticulações dos movimentos, um festival de cores
Na foto em preto e branco
Negativo de momentos esquecidos
Qual um cisne negro a debater-se, no instante preciso...
Transformando o meu espetáculo, sem aplausos e sorrisos
Aflorados e exposto, ao relendo e ao vento
Levando de mim, as sobras dos tormentos
Invasores de pensamentos
Que na minha alma, não fazem morada...

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

CÁLICE TRINCADO




Não cale minha voz, nem meus sentimentos que esvoaçam por outros horizontes. Não queime minhas recordações com palavras que trincam meu cálice. Transbordando em lugares insólitos. Não sou de aço e de mim não farás de gato e sapato. Sou vida que em qualquer lugar sobrevivo. Sou parte da natureza, não duvides que posso germinar do asfalto escaldante, no topo de geleiras, nas profundezas dos mares e da minha própria luz que se adelgaça. Fazendo de mim o meu próprio abrigo. Solitária mais com vida. Na mortificação entre os ventos rasgando o céu com suas descargas elétricas, flutuo nas nuvens do meu sossego, alojando-me no cálice trincado desabrochando em flor. No meio das agitações do cotidiano. As pessoas passam e no vão destes passos, estarei a mil léguas em meus caminhares largos sem estar fragmentada. Sou o oceano em fúria ou manso, o arco-íris que desponta depois de uma tempestade ou pequenas gotículas, sou acima de tudo o baluarte que findará em seu último sopro, quando a mão do Criador me chamar. Sou vida, amor, intensa...
Não permitindo fazer de mim, mil pedaços.


quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

INSPIRAÇÃO


 


















Inspiração

Sobrevoa o tempo

Entreolham os sentimentos 

Inspira 

Entra em ação 


Não marca hora

Chega sem fazer rodeios 

Aponta os dedos

Bailando nas entrelinhas 

No ritmo frenético das ideias 

Na direção do coração 


Dança a valsa da vida 

Chora as lágrimas da partida

Renova na esperança 

Crê no despertar de outras auroras...

Sem hora... 

Inspira

Demarcado pelo arco-íris 

Contornando o horizonte 


Inspiração 

Na vida

Na luz do dia

No anoitecer

Na prece proferida

No agradecer


Minha inspiração 

Vem de um lugar cheio de luz 

Que me conduz 

Sem carregar nenhuma cruz

Em que o brilho de Amor

Inspira

No bailar de nossas mãos...


Gratidão 

Por toda inspiração...

Onde nasce a poesia

Vinda dessa conexão...


quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

REPTOS


Divaguei na beleza ao ver o sol ouro envelhecido, espalhar-se no entardecer entre as águas cristalinas espiando por detrás das montanhas.
A imensidão no olhar de gratidão aquietou a minha mente e meu corpo na leveza dos passos dados.
A brisa bailava entre minha respiração na contemplação de dias que findam permanecendo suas marcas registradas, num infinito observando o sol cobrindo o verde feito uma colcha bordada com linhas douradas reluzindo no céu.
Perceptível o descuido no meio de tanta beleza e encantamentos que foi projetado por um Arquiteto do Universo, nos concedendo apreciar com mais carinho suas construções por todos os lugares.
 Adornou a natureza com tintas avivadas mescladas e seus contrastes, assim, é inteligível sentir sua Presença em cada olhar atento para a Mãe Natureza que poucos dão o devido respeito.
A Mãe sentindo o desrespeito, sendo maltrata em busca de proteger todos os seres vivos que habitam nosso Planeta, mas acima de tudo a coragem e as vezes sua fúria em poder segurar firme tanto descaso e ao mesmo tempo, não se dão conta que com Ela, não se deve brincar.
 Ás vezes não está com vontade de rir com a insensatez dos homens, solta seus gritos de dor nas inúmeras tragédias varrendo as mazelas da humanidade, por dias de respeito a sua natureza plena a ser contemplada em cada canto que se instala.