O melhor de tua vida
Passastes ao meu lado.
De que serve lamentar o concreto
Diferente do abstrato que sonhamos
O vento quando passa, não marca regresso.
Há de haver entre nós
Uma estranha presença de nós dois
Um amor
Que não tenha estacionado o equívoco do ser
Estaremos tão nós que dentro de nós
Nascerá à intimidade na esperança.
Seremos do eterno a eternidade
Do manso a mansidão
Do brusco a incerteza de todos os sentidos
Viveremos ao longo de nós mesmos
Sem saber de céus e coisas a mais.
Morreremos no mar
Para termos certeza em sobrevida no abismo.
Calaremos se alguém disser
Que nos cristalizamos
Em estátuas e regatos de pedra
Levantaremos os olhos para o nada
E nos enxergaremos
Num fenômeno cósmico qualquer.
Gritaremos ao mundo
Que nunca existiu um bem
Que sendo um,
Fingirmos dois
Vibraremos
Em mármores de amor
Tudo por que
Há de haver entre nós
Uma estranha presença
De nós dois