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Quem sou eu

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Sou a simplicidade casada com a verdadeira essência de um ser. Venho de uma família onde todos trazem e trouxeram em suas bagagens um código espiritual único e capaz de transformar palavras em frases complexas e simples, que ampliam horizontes e rompem barreiras. Sou filha do vento, da água, da terra e do fogo. Tenho minhas fases e mudo conforme a Lua. Sou a busca do exato, na medida disforme das coisas que vejo, e minha mente transcreve. Hoje criando este blog, mostrarei o que em gavetas escondia. Beleza, sinceridade, sede de transcrever o que minha alma sente ao se deparar com uma folha e um lápis, pois é desta forma que escrevo. Na simplicidade de um canto qualquer, mas com essência pura dos sensíveis.

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

A MENTE EM PAISAGEM


O rosto emerge em névoa e segredo.

Com a testa coroada em outonais fulgores.

Raízes se entrelaçam no pensar do medo.

Nuvens pairam onde vivem as cores.

 

A natureza pulsa em cada veia fina.

Na pele que de terra e céu se faz.

A mente, como a copa, que se inclina.

Guarda a paisagem que a alma traz.

 

A mão, mosaico de flor e folha seca.

Toca o lábio em silêncio para meditar.

No gesto antigo que a verdade cerca.

 O mundo interior se põe a respirar.

 

É a musa em sono, o sonho em vigília breve.

O humano e o bosque se unem num só ser.

Aguardando o instante de florescer.



Imagem Pinterest

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

O RASTRO DE LUZ


Ao redor de si, um halo de cores flutua

Pó de estrelas, poeira de aurora que atua

Chama azul-dourada, serpenteia, acende e se finda

A energia inocente que o momento brinda


A dança é o verbo que a boca não ousa dizer

A história secreta que ele precisa viver

Deixa o tempo em suspenso, a vida a rodopiar

Neste breve infinito de apenas dançar

 

A dança da infância não busca o aplauso da plateia

É o código secreto de tudo o que anseia

É a força da vida a brotar sem pedir permissão

No corpo pequeno que carrega o mundo na mão




 

 

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Passacaglia – Handel/Halvorsen (Piano)


 

O VOO DA MELANCOLIA



No céu de anil,  onde a lua se desfaz

Um rosto emerge, de traços aveludados

Lábios de rubi, em silêncio e paz

Pele de mármore, sonhos inacabados

 

Das profundezas de um mar de páginas

Nuvens de versos, espelhos do saber

Uma figura esguia, entre as miragens

Em frágil barco, a tinta a escrever

 

Com pena alva, que o éter perfura

Traça segredos, do tempo e do além

Em cada curva, uma nova aventura

Em cada verso, um eterno refém

 

Pássaros negros cortam o horizonte

Anunciando histórias que o vento traz

A mulher, a lua, no olhar que se esconde

Onde a melancolia em poesia se refaz

 

domingo, 5 de outubro de 2025

O MUNDO DE UM POETA


No silêncio das madrugadas.

Costura o infinito

Com fios de alma, palavra e sonho.

Tecendo o real num verso bonito.

 

Seu olhar reluz a cor das estrelas.

Ouve o vento recitar segredos

E no papel, o sentir desperta,

livre de tempo, forma e medos.

 

Entre rosas, lágrimas e mares.

Faz da dor uma canção,

transforma abismos em altares.

O amor em eterna inspiração.

 

Mora num mundo que ninguém invade.

Em que o verbo é semente e luz,

Lá, a vida ganha outra verdade:

tudo o que sofre também reluz.

 

 

O VOAR SECRETO DA MENTE

Onde a tinta do silêncio encontra a folha, e o mundo se cala para ouvir a escrita.

Ali, no recanto onde a alma se desfolha.

Ressurge o poeta e o jardim em flor.

E o nosso pensar é o milagre, a metamorfose, que transforma a ideia em puro esplendor da cor.

Um suave e silencioso voo de psicose... 

De borboletas em plena apoteose.

 

 

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

MINHA RETINA


Minha retina retorce a imagem
Vislumbrando nós dois sentados
Eternos apaixonados sobre as lentes a colorir o mundo
Retina o espelho do que somos
Acreditando num encontro prófugo
Buscando escapar para a paz afável e longínqua...

Minha retina inebria os olhos quando te vejo
Cores desaparecem na sombria vista...
Vermelho da paixão nos cobre batizando este amor
Holofotes posicionados focam tua retina, inútil...
Entreolha o que passa na periferia

Minha retina embriaga-se de cafeína pra suportar a insônia
Noites em claros da imagem cogitada
Um fantasma a percorrer minha retina
Focalizando o espaço entre nós
Crer que me olhará

 Minha retina... 
Cegam os reflexos de um vulto
Passando distante... 
Não há de focalizar...
Juramentos de um dia te amar...

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

MUDANÇAS



Quando a vida floresce
A vida torna-se um imensurável pote de alegrias
Transborda pelas bordas
Lambuzando o coração com deliciosas emoções
Para tudo há um tempo
Tempo de florir, de cair, de murchar e de florescer novamente.
Assim, com os anos de vida, para cada momento um acontecimento.
Quais as estações do ano, outono, inverno, primavera e verão.
Somos outonos quando amenizamos as dores e dissabores
Somos inverno quando nos agasalhamos no ser amado
Somos primavera quando deixamos a vida desabrochar em flores e perfumes
Somos verão quando permitimos que a luz ultrapasse os lugares mais escuros que carregamos na alma.
Desta forma, seguimos caminhando por várias estações sem definições.
Por sermos vulneráveis a tudo e a qualquer mudança
O novo nos assusta, contudo nos impulsiona para frente.
Projetando o melhor de nós, para nós e para quem nos encoraja. 
A vida floresce, os tempos emudecem na latente forma de cada SER.