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Quem sou eu

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Sou a simplicidade casada com a verdadeira essência de um ser. Venho de uma família onde todos trazem e trouxeram em suas bagagens um código espiritual único e capaz de transformar palavras em frases complexas e simples, que ampliam horizontes e rompem barreiras. Sou filha do vento, da água, da terra e do fogo. Tenho minhas fases e mudo conforme a Lua. Sou a busca do exato, na medida disforme das coisas que vejo, e minha mente transcreve. Hoje criando este blog, mostrarei o que em gavetas escondia. Beleza, sinceridade, sede de transcrever o que minha alma sente ao se deparar com uma folha e um lápis, pois é desta forma que escrevo. Na simplicidade de um canto qualquer, mas com essência pura dos sensíveis.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

NA CELERIDADE DO COTIDIANO...



Os dias que amanhecem e no anoitecer, intuo melhor o ritmo frenético dos carros, o vermelho das sirenes histéricas, alaridos dos noctâmbulos perambulando entre as ruas desertas e chuvosa da minha cidade. Paro por alguns segundos e penso, nas crianças famintas, nos velhos abandonados, os hospitais lotados, as doenças no subconsciente clamando por atenção percorrendo cantos sem voz e olhos que não brilham mais. Assim, os dias se vão no imaginário tempo, que vai no êxtase em delírios surgindo na percepção da mente sana e insana num lapso qualquer. É um pulsar latejante no coração de quem procura abraços de paz, de amor sem cobranças, mãos que afagam e agasalham, alimentos quentes e de um Amor que preencha um cantinho do coração sem pulsação e cor. No anonimato, entre as ruas, becos, viadutos, seguem os peregrinos de luz radiante e sorridente sem fazer média na mídia, ou propagar aos cantos sua generosidade acolchoada de caridade. Escoltam seu coração, e olham o quanto o sofrimento alheio é padecido, o quanto a fome dos desvalidos bravata de dor, enxerga olhos pasmados ao receber a primeira refeição e ser grato por cada gesto recebido naquela noite, que talvez na outra não esteja... Ou estará... Pois, poderá ser próximo a refugiar-se nos braços de Deus, sem prece e choro. Um corpo que padece dos sofrimentos que sua alma não teve o privilégio de saber qual destino ou via a seguir, por que lá na curva do caminho tinha alguém que o conduziu por ruelas e desertos de areias movediças fazendo experimentar o lamaçal das misérias humanas. Julgar não faz parte do contexto, nas angústias que gritam do lado de dentro, há um berro ecoando e ensurdecedor dos sentimentos euforia, elevo uma prece pedindo misericórdia aos desvalidos.