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Quem sou eu

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Sou a simplicidade casada com a verdadeira essência de um ser. Venho de uma família onde todos trazem e trouxeram em suas bagagens um código espiritual único e capaz de transformar palavras em frases complexas e simples, que ampliam horizontes e rompem barreiras. Sou filha do vento, da água, da terra e do fogo. Tenho minhas fases e mudo conforme a Lua. Sou a busca do exato, na medida disforme das coisas que vejo, e minha mente transcreve. Hoje criando este blog, mostrarei o que em gavetas escondia. Beleza, sinceridade, sede de transcrever o que minha alma sente ao se deparar com uma folha e um lápis, pois é desta forma que escrevo. Na simplicidade de um canto qualquer, mas com essência pura dos sensíveis.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

CORAÇÃO SEM LIMITES


Nada passa a paixão vivenciada na voz dos trovadores, enche de paz e sonhos um coração aprendiz que por medo de te magoar, afastou devagarzinho, mesmo sabendo que os devaneios a beira-mar poderiam gerar os conflitos internos, neste coração sem limites.
A asa do tempo roçou teus cabelos negros, teus grandes olhos calmos miraram por um momento o inescrutável Norte...
Eu queria dar-te ademais dos sonhos e da paixão, tudo o que nunca foi dado por nenhuma pessoa ao seu amor.
Quisera dar-te, por exemplo, o instante que me vistes, marcada pela felicidade pela tua vinda, pois o amor é anterior ao conhecimento.
O teu amor foi tão cego que se ao contrário fosse, veria, então, em mim, na transparência de meu peito, a sombra de tua forma anterior a ti mesmo.
Ah! Pudesse eu dar-te o meu primeiro medo e a minha primeira coragem, o meu primeiro medo à treva e a minha primeira coragem de enfrentá-lo, e o primeiro arrepio sentido ao ser tocado de leve pela mão invisível da paixão, do amor etéreo.
Gostaria de dar-te, aquela madrugada em que, pela primeira vez, as brancas moléculas do papel, diante de mim dilataram-se ante o mistério da poesia subitamente incorporada; dá-la com tudo que nela havia de silencioso e inefável - o pasmo das estrelas, o mundo assombro das casas, o murmúrio místico das árvores a se tocarem sob a Lua.
Longe está o espaço onde existem os grandes voos e onde a música vibra solta.
O canto do oceano, a lua prateando toda a imensidão das águas, num sopro de suspensão e beleza, o vento nordeste em rajadas rápidas beija-me a fronte.
Minha alma acorda para um grande êxtase sereno.
Fomos à constelação perdida que caminha largando estrelas.
No espaço dessas recordações, fui uma testemunha remota, tímida e solitária, grudada à parede como os líquenes.
Desejo sem nenhum sentido universal, ligadura primária que é preciso estirar para sentir-se viva, junto a mais alta janela, no solitário entardecer.
Dono da minha existência profunda, limito e estendo meu poder sobre as coisas.
Comentar este passar de coisas é adquirir um tom. Roda-se sobre o plano inclinado de uma tendência interior e vão aparecendo presenças: o achado sentimental, os aspectos dilaceradores de partir ou de chegar.
Separei-me de ti, pela qualidade infinitamente pura de minha afetividade.
No isolado recanto de minha alma, a poesia, a vida e o amor há muito procurado e hoje descoberto adquirem uma transparência sagrada.
Entre os repetidos sintomas místicos, sinto o teu roçar de lenta frequência atuando em meu redor com domínio infinito. Nas longas caminhadas a beira-mar, tua ausente presença me acompanha, busca nos elementos da natureza, uma corrente persistente e vital de claridade e mistério. Cada movimento entre a terra e o mar era tu que falavas de novo, interminavelmente agitado pelo vento do mundo.
Esta insigne ternura será para mim uma perpétua lembrança.
Despedi-me do mar e agradeci pelo espetáculo, ele manteve sua altivez e calou minha saudade.
Ninguém se funde a ninguém, nós é que através da ilusão vivemos colados, mas na realidade não passa - de um elo mágico invisível que liga os afetos e, as almas. O amor é sempre uma força dirigida para a construção do ideal mais elevado, mais perfeito, mais digno. A dúvida é realmente a antítese da fé e o maior destruidor dos bons resultados.
Todo amor anseia por unidade. Os amantes gostariam de se unir num só, mas como isso implicaria na destruição de um ou de outro, eles então procuram uma união conveniente, de modo a viverem juntos, conversarem e participarem dos mesmos interesses.
Sem o amor nós nunca nos aperfeiçoaríamos, pois, o amor é o ímpeto para atingir a perfeição e a realização plena daquilo que possuímos.
No sentido amplo da palavra, há amor onde há existência. Tem as mesmas dimensões do ser.
O amor é uma inclinação ou tendência a procurar unir-se à coisa amada para aperfeiçoar-se por meio dela.
O mistério de todo amor é que na verdade ele precede todo o ato de escolha.
A pessoa escolhe porque ama, não ama porque escolhe.
O amor que é apenas busca perde-se no egoísmo.
Se colocado no espírito, cresce com os anos tornando-se mais forte à medida que o corpo se debilita. Quanto mais ligado for, mais imortal tende a tornar-se.
Aqueles que substituem uma emoção por outra, nunca chegam a amar verdadeiramente, pois o Amor autêntico sabe suportar desenganos e decepções.