A poesia, a escrita em si é uma forma de desembaraçar os nós de dentro da cabeça e o que está retido na alma na compreensão que é muito difícil de varrer os cantos do coração...
Não usa filtros para disfarçar momentos em preto em branco, enaltecer os coloridos e as dores por detrás dos sorrisos que muitos não conseguem ver, momentos doridos...
Desnuda toda a sua essência, debulhando uma a uma para que caiam os detalhes que bordam cada uma inspiração que nasce dos refolhos d’alma.
Aquieta o íntimo e escuta barulhos diversos, toques na pele, o cheiro do mar, o café que esfria pela ausência de uma boa companhia...
A escrita é mão desenhando o que somos por dentro, tocando o outro em formas diferentes, alongando a visão ao além espreitando o voo das borboletas e avistando um solitário vaga-lume e o borbulhar de um lume...
Esboça em cada fase a sua sensibilidade que aflora, transmuta e levita por onde alcança através das linhas bailando entre os espaços vazios, preenchendo a imaginação volitando além do horizonte...
A poesia salva, antídoto que protege as veias latentes interligadas ao coração-alma, um farol que guia um barco à deriva de saudades, ou um porto que atraca de mãos dadas com a esperança...
A poesia é uma escrita editada pelos pensamentos, brinca de ser gente no mundo do outro, chamando sua atenção para ser notada e anotada em um canto qualquer...
Brinca com o lúdico, revivendo e vivendo dentro do
seu personagem, sem morrer ou matar os sentimentos que no coração está
cravado...