As cenas que encenas no meu monólogo desdobro em vários
atos.
As cortinas esvoaçam e não descem, pois não há plateia
Estamos tão a sós na penumbra do camarim
Recito palavras descentes e libertina
No palco do meu corpo, onde te abrigo nestes tempos
Sou atriz, meretriz e bailarina, a dançar nua
Enfeitiçando teus olhos que moram em mim
Neste monólogo a Lua se instala num canto
Brilhando nossos olhos por todas as cenas que encenas dentro de mim, sem fazer morada
Aos poucos as cortinas nãos mais voejam, teu vulto nu se
despede
Deixando meu corpo trêmulo do cansaço de nossos afagos
Desdobrando em acordes para um novo ato.