Inicia um brincar entre seus
dedos, pousando de leve nos ombros surpreendendo no bater de suas asas.
Senta na campina sentindo o
cheiro dos aromas de alfazema.
Alcança a liberdade de ser criança.
Longe do
tumulto dos dias, correria dos carros, tarefas findas sem descanso, o tempo
limitado com afazeres de adulto vestido de infância.
Observa as cores mais
brilhantes com a nitidez que a natureza lhe apresenta.
Pequena não entende a
presença de Deus, mas consegue perceber que o homem não é capaz de trazer o
cheiro das matas, as cores que vê e nem consegue imitar na forma plena o voo da
borboleta.
Escuta ao longe os pássaros
a cantar qual sinfonia em grandes anfiteatros, cantarola uma música de infância
que aprendeu na escolinha, e vibra com tamanha beleza que lhe cerca no ambiente
de paz e sossego.
Mais um dia termina, a
menina deita no campo adormecendo pelo cansaço descortinando a perfeição sem
muito compreender a vida.
A borboleta voa encontrando as flores e
abelhas, os pássaros se aconchegam nos galhos para um novo despertar.
Acolhimento de uma infância
no seio da terra que lhe abriga, coberta de estrelas num despertar com o raiar
do dia.