Luz do abajur num espaço
perfumado
Na parede reflete a silhueta
No espelho a camisola de seda
preta, perfume
francês, olhares penetrantes.
Um gole de leve nos suores que escorriam do seu corpo
Os sentidos alertas e
febris na
ânsia de cada toque, no envolto de sedas, perfumes, camisola,
suor e todos os sentidos.
Da visão emerge um homem da
imensidão
O olfato percebe o frescor da
brisa leve que entra pelas janelas
O paladar degusta cada
seiva do corpo suado
A audição escuta
murmúrios vindos de dentro qual o mar quando debruça
sobre as ondas o tato percorria em velozes
movimentos deixando as sedas espalhadas,
a camisola num canto, o perfume exalando pelos
corredores e todos os sentidos
Bailando em festa no compasso
de uma dança de corpos colados, encaixados.
No êxtase de todas as horas e
minutos surgindo
um sossego, acalento, doçura.
Os encantos daquele homem
somem
Por que todos os meus sentidos
adormeceram
Para sonhar além do que
escrevo...