O bom do tempo, é o destempo de não saber o que está vivo ou morto dentro da gente.
Uma sobra de nós, a esconder os espaços vazios.
Preenchidos com os sonhos, na insistência de seguir...
Os contratempos, percorrem os ponteiros na velocidade do pensamento
Sem nada à dizer com um som sem eco, ou apenas um beco.
Ruelas à estreitar-se entre o antes e o depois...
Passagem sem saída...
Labirintos espelhados, refletidos na existência
Desistência...
Na compreensão de entender
Se é amor...
Se é paixão...
Se é amizade...
Um egoísmo, desmedido
Viagem sem bússola, navegação sem marujo
Um delírio, um martírio...
Querer o que não pode ser
Implorar quando não se sabe doar
Nos cantos de um cômodo...
O abajur à declarar, na tênue luz
Corpos que não ensaiam um ato
Entre as cortinas de voal
No anfiteatro do quarto, dois atores
Duas vidas, adormecem
Sem aplausos, encerram a noite
Com um aceno ou um adeus...