Deixa eu tocar teu
rosto.
Sentir a suavidade do
roçar da tua barba, na minha pele.
Viaja meu cigano, nas
margens de minhas encostas, flutuando em desalinho.
Abrolhe no meu caminho,
rodopia na minha cintura.
Requebro, diante da
beleza dos teus passos, na leveza de tuas palavras, no abraço dos teus braços.
Dá-me o néctar dos teus
lábios, vem sussurrar no meu ouvido.
Quebrando meu telhado,
que não é de vidro.
Ei, moço. Deixa teu suor
gotejar no meu corpo.
Peregrinar por curvas
indefinidas e perder-se nos labirintos do prazer.
Traz de longe, o mar
para nos banhar, o luar prateando teus olhos, reflexos dos meus na miragem de
um farol ao longe.
Voa comigo, além do
horizonte e valsaremos no arco-íris com o marulhar das ondas quebrando na areia.
Ei, moço. Acorda os
desejos que latejam aqui dentro.
Derruba as paredes de
ferro, que cercam meu coração.
Faça sua morada, eu
enamorada.
Por todos os encantos,
teus...
Penetra na minha alma, e aspira esta solidão.
Ei, moço. Tua presença é
minha inspiração.
Desalinha meus cabelos,
pensamentos e meu íntimo.
Intermináveis são tuas
andanças, ao vento teu lenço amarrado ao lado
Argola de ouro, um
violino vibrando nos acordes do infinito...
Presença que transmuta
no despertar de um novo dia...