Na soleira da janela estendi meu corpo
Deitei-me junto da paz
Entregando todo o meu cansaço e descaso
Afagava meus sentidos com suas asas de compreensão
Adormeci com sua oração aquietando o coração
Meu corpo-espiritual volitava entre as canções
Mendigo de fome e sem esperança, vagava entre os rastros.
Pouco tinha e muito me foi tirado
Lá permanecia esperando nos horários certos
Acalentava meu corpo fadigado no colo da paz
Agigantava-me diante da pequenez de ser humano
Não mais um trapo em farrapos
Cobria em unção de benção divina o despertar
Em lugares verdejantes sem soleiras, dores e mal estar.
Doses de amor eram dadas, conta gotas balsâmicas.
Descanso refazendo as escolhas que fiz nos instantes de
insensatez
Além de tudo que cometia lá no regaço da paz eu dormia
Um sono sereno, que nem menino com a lucidez.