No cansaço dos dias, reminiscências invadem meu silêncio.
Fujo de mim e saio além... Sem um tempo para voltar...
Quero recordar do cheiro dos seus cabelos, do perfume
impregnado na pele cobrindo o meu sorriso de alegria.
Viver consiste em ter estes momentos vividos e sentidos é
promessa em oração nos meus dias.
Na carne que estremece ao pensar e uma saudade instalada
que procura por ti em múltiplos lugares.
Não me canso de discorrer, único meio que tenho de trazer
para perto de mim, carregando-te nos braços na leveza do pensar.
Vem qual sombra e eleva-te no esplendor de uma Divindade
que nos meus delírios sublimo nos raios dos olhares.
Conversamos horas a fio, sem demarcar a linha divisória
que nos separa.
O tempo preso fica gravado nas ondas a bater e a espuma
dissolvendo os ponteiros.
Horas que extasiam a alma, embeleza, clareia o que sinto
e transbordam nas águas cristalinas que nos envolvem.
Procurar-te nos recintos é limitado, velejo sem bússola e
com destino na parada de um porto solitário.
Atraco meu barco...
Voltando...
Apenas, desembarco em
pensamentos...