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Quem sou eu

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Sou a simplicidade casada com a verdadeira essência de um ser. Venho de uma família onde todos trazem e trouxeram em suas bagagens um código espiritual único e capaz de transformar palavras em frases complexas e simples, que ampliam horizontes e rompem barreiras. Sou filha do vento, da água, da terra e do fogo. Tenho minhas fases e mudo conforme a Lua. Sou a busca do exato, na medida disforme das coisas que vejo, e minha mente transcreve. Hoje criando este blog, mostrarei o que em gavetas escondia. Beleza, sinceridade, sede de transcrever o que minha alma sente ao se deparar com uma folha e um lápis, pois é desta forma que escrevo. Na simplicidade de um canto qualquer, mas com essência pura dos sensíveis.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

PERCEPÇÃO



Envolvida na leveza de meus passos
Percebo a peregrinação longa
Por hora cansativa
Acelerada
Lenta
Solitária
Decidida
Acompanhada
Confinante da natureza
Flores
Pássaros
Gaivotas
Pomar
Mar
Suavidade nos pés que sentem a terra
Molhada
Castigada
Sobrevivente da escassez
Assim é o meu passo
Sol que brilha
Desaparece entre as nuvens
Lua que aparece
Clareia e surge em suas fases
 Olhos que não choram
Lábios que riem
Coração desacertado
Prece proferida
Vazio que abrem brechas
No arquejar de meus passos
Abraçando a vida...



No colo da paz


Na soleira da janela estendi meu corpo
Deitei-me junto da paz
Entregando todo o meu cansaço e descaso
Afagava meus sentidos com suas asas de compreensão
Adormeci com sua oração aquietando o coração
Meu corpo-espiritual volitava entre as canções
Mendigo de fome e sem esperança, vagava entre os rastros.
Pouco tinha e muito me foi tirado
Lá permanecia esperando nos horários certos
Acalentava meu corpo fadigado no colo da paz
Agigantava-me diante da pequenez de ser humano
Não mais um trapo em farrapos
Cobria em unção de benção divina o despertar
Em lugares verdejantes sem soleiras, dores e mal estar.
Doses de amor eram dadas, conta gotas balsâmicas.
Descanso refazendo as escolhas que fiz nos instantes de insensatez
Além de tudo que cometia lá no regaço da paz eu dormia
Um sono sereno, que nem menino com a lucidez.





sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Adereço para o amor...


Enfeitei meu corpo e adornei com fios de ouro

Soltei minhas madeixas voejando no corpo teu

Envoltos no amparo deste afeto sincero

Flutuamos entre os roseirais

Exalamos nosso amor matinal

Entre os cantos onde nos encontramos

Há esquecimento dos que somos

Há aspiração dos desejos

Há carícias infinitas do encontro

Sincronizamos as excitações mais íntimas

Em nós habita dois corações flamejando

Há separação nos pensamentos

Ninguém rouba o que há entre nós

Juntamos nossos corpos e volitamos num espaço

Longe dos olhos daqueles que não nos querem bem...




AMAZONA


As cores fragmentaram-se...
Contemplação de luzes
Amazona luta com suas guerras interiores
Banha-se nas águas diáfanas
Cachoeiras despencam dos desfiladeiros
Mergulha nas águas energizando as fragmentações
Correntezas formam nos corredores entre os canyons.
Concebendo ao mortal revigorar o fulgor
Purificação dos canais obstruídos
Leveza e bem estar erguida nos altares em meditação
Ergue-se nas colinas nos montes sagrados
Vislumbrando o sol
Escondendo-se na tarde fria
Recolher-se diante da vida, retrospecção interior.
Acolhida na elevação do trilhar
Retornando aos poucos ao seu habitar...

Entrelace de duas vidas...


Pressentes o colorido que nos envolve?
Formamos um entrelace
Focalizando num só querer
Luzes brilham ao redor envolvendo-nos qual arco-íris
Recepção de corpos ajustados
Assentados na sincronia deste apertado vínculo
Morada de sonhos sem pecados...
Soltos dos liames dispersos em claridades
Suprimos o nosso amor na virtude de sermos um
Balsâmico é teu corpo acariciando o meu
Envolto de paz e harmonia
Serena no Éden, pomar de admirações.
Entrelace de duas vidas...
Jogo do amor
Dados pintados formando corações...

Prece acolhedora


Sussurrei para saudade ir ao teu encontro
Nas moradas habitáveis que não sei onde estais
Sinta meu sorriso em prece a refugiar-te.

Durma um sono enquanto falo de ti para que ouças as palavras de carinho que muitas vezes calei por inibição dos sentimentos contidos
Lembro-me dos risos soltos meio encabulado de vergonha ou talvez pela humildade de teus gestos misturando com os meus.
Saudade é danada, fica latejando no peito da gente querendo correr para abraçar, sentir o calor do afago que se perde num caminho invisível...
Sente a ternura em minhas palavras, sou eu interpretando a nostalgia que nos dias conto e o tempo não sabe contar as horas perdidas dos instantes que busco o teu espelhar.
Tua falta não preencherá o vazio, contudo a vida me presenteou um ser de predicados sem esquecimento e sim agradecimentos.
Vem, fica só mais um pouquinho para que a saudade invada os nossos corações e entrelace num canto de glória o que sinto e sentes no tocar de pensamentos afáveis.
Saibas que onde estejas eu sempre vou orar... Deixando um pouco de tudo que aqui plantasse no jardim de meus dias, as mesmas flores colhidas e colocadas na mesa a perfumar o ambiente que nos reunimos.

Estará qual gerânio misturado às folhagens, permanente em cada paisagem. Quando entardecer descansará despertando com o sol no meu jardim regando meus dias com sua tímida alegria.



DESENCONTROS


Renúncia do sentir e do querer...
Lanço-te nos prados observando teus galopes
Velozes desaparecendo nos confins...
Fugaz veio ao meu encontro e foges de medo...
Não sou juramento em teus lábios e nem nos meus serás...
Fomos encontros com desencontros
Vidas que se cruzaram sem acostamento
Despenhadeiro de sonhos revirados em pesadelos
Brilhos nos olhos qual vela apagada
Tornamo-nos alheios misturados ao mundo

Um mundo nosso que hoje morreu
Desaparecendo ao poucos com o por do sol...




PENÚRIA


Marcas definidas pelo cansaço
É a penúria transpirando a cada dia
Não deixando faltar o sustento à família
Olhos lagrimejam pelo sofrimento do descaso de ser humilde
Desde o amanhecer ao anoitecer suas mãos calejadas suplicam um pouco de paz
Há sossego em suas noites com o corpo fadigado pelo sol escaldante
Na rede estendida
Batalhando para sobreviver, reza com fé.
Agradece com o coração em lamúrias
Sabendo que lá do alto tem um por que
São vidas que se arrastam na humildade e expiação
Aceitando a realidade dura
Na pele dorida, mãos em feridas, rosto enrugado de agonia.
Expressão de angústia nos olhos
Retratando um semblante cansado da própria vida...



AMOR IRRACIONAL


Meu amor irracional

Procura-te nos teus cios

Acasalamento de uma entrega animal

Preliminares de querer sem saber

É um amor irracional

Intencional e animalesco

Toda a forma de expressar há ensaios

Somos irracionais invejando alguns racionais

Dedicação à cria, alimentação e doação.

Não matamos por satisfação

Cadeia alimentar

Onde o amor irracional não extermina a amada

Liberto das culpas, dos medos, discorre alheio.

Livres e sem noção

 Nossos atos são falas sem linguagem

Entendimento sem diálogo

Complexidade sem ser complexo

Um lamber neste amor irracional

Neste mundo tão racional...

Veracidades de fatos irracionais

Somos nós os animais?




PESCARIA SEM ISCA


Sentada a beira do rio
Pescaria sem isca
Sente um puxar com força
Não era um peixe e sim um coração
Vinha sobressaltando na água
Cativo ao cordão
Veio do além e fatigado
Boiando sem mais ter folego
Agarrou-se na linha sem chamariz
Encontrando um ser a ermo
Em plena solidão
Juntaram os elos em comoção
Perpetuar-se o amor vindo ao encontro do destino
No rio a percorrer descobre um novo caminho...







sexta-feira, 29 de agosto de 2014

APARÊNCIAS


De que serve conviver só de aparências
Esquecendo que a essência se perde.
 Atolado num lamaçal de enganos
Necessita de limites para não sufocar o íntimo
Duas vidas exprimidas num argumento rotulado
Trocadas por exterioridades
Objetos espalhados nas residências
Subterfúgio de amostras para uma sociedade
Tudo vai se perdendo onde o troféu é conquistar
Corações endurecidos pelo egoísmo do Ter e Querer...
Abrindo mão do essencial
Avarentos com suas roupas distribuídas nos closes
Adornos invejáveis para a grande disputa
Fotos em páginas de jornal
Aparências misturadas à hipocrisia
Utilizam as cores de um camaleão
Nas vitrines do antagonismo
Perde o encantamento dos nobres sentimentos
Continuando a viver de meras aparências...
Consentindo o coração fragmentar-se em ruínas...






DESESPERANÇA


Esvaneci as emoções habituais dos sinais do querer
Não é palpável dentro dos limites do que o coração sonha
Contorna somente uma sensação de vazio
 Espaços alvejados, uma incógnita.
Palavras detêm em resposta sem definição
Com a mesma força percebe-se a fraqueza da linguagem
Desconexos de uma história que não findou
Nem há como concluir...
Paradas bruscas prendendo o que se sente
Deixando a saudade bater forte
Ressentida em lágrimas escorrendo
Olhando pra vida...
Preenchendo lentamente o vácuo entre estes espaços
Sensibilidade aflorada de uma espera
Buscando em ti um abrigo, onde foi um refúgio.
Diluídas aos poucos pelo tempo que se afasta
Sem mais ambicionar pela volta, dos teus abraços.




Impossível esquecer-te


Toques que na pele deixastes
Sutis e apimentadas sensações de frescor
Cada palmo tocado de meu corpo
Vertiam suores de prazer
Dedos a tocar qual leveza de uma pluma
Lábios a roçar e a pele eclodindo bel-prazeres
Dois cisnes dançando no lago do amor
Conduzias a pronúncia dos verbos
Espalhando por todo ambiente um bem querer
Impossível esquecer-te
Sinto no apalpar de meu corpo
A pele eriçar de saudades
Palavras não mais ditas
 Recordadas em lampejos
 Procurando por teus beijos




Abri o coração


Tracei um roteiro de aventuras
Abri o coração
Deixando os trilhos aparecerem
Seguindo estradas meio aos arbustos
Admirar as gaivotas em plenos voos sobre o mar
Deixar a luz inundar
Os pulmões encherem-se de oxigênio
Trilhar caminho meio ao deserto ou civilizado
Contrastes de vidas espalhadas
Vividas e revividas uma trajetória de histórias
Voltando qual um espectro
Liberta dos sobressaltos e inquietações
Se caso eu parar entre os trilhos e nada ver
Haverá um contentamento
Rasguei o peito e deixei a luz penetrar
Sendo um pouco de ternura
Dedicando meu ombro amigo
Á um coração a chorar...



Pintura Omissa



Não quero ser uma tela em pintura a óleo
Guardada em teu coração como saudades
Sente e pressentes a minha presença em teus dias
Sou um vulto do amor que te cuida
Guardaste-me para seguir os teus passos
Escutando as batidas descompassadas do teu coração
Carinho são trocados em pensamentos
Acarinhas meus cabelos nesta projeção refletida
Cobres meu corpo nas carícias mais sinceras
Deixando eu guardada, presa em forma de estigma.
Pintor retratando dois corpos encaixados na beleza
Prende esta tela, ao menos numa parede
Onde ao deitar possas lembrar que fomos entrega
Retira dentro de ti sons que relembram nossos momentos
Do desejar ao ato consumado
Não quero ser esta pintura, e sim teu grande amor...
Nos teus lábios ser mel, e no teu corpo ardor...


INSTANTES OU DISTANTES


Instantes ou distantes há recordações, somos em fração de segundos um túnel do tempo.
 Colocamos na máquina todos os apetrechos para ir pra trás, para frente e saber o que vem à frente...
Curiosidades nos deixam a mil, tem tantas e tantas outras coisas a fazer, mas quando envolve o que deixamos lá num canto esquecido queremos voltar para pegar.
Têm-se a necessidade ou é plena curiosidade de reviver...
O que é o presente senão um presente do tempo a se viver, e o que se passa lá na frente... Só o futuro pertence...
Apressados em passos largos fazemos de nosso nos dias, de nossas horas, um relógio com a corda toda.
Parar e repensar se vale toda a correria e se há cansaço, permitir-se aproveitar mais, sentir o que não se sente, andar descalços em um jardim da cidade sem vergonha dos sapatos serem carregados nas mãos.
 Abraçar uma árvore sentir sua energia a troca será um absorver com toda força retirando as nossas sobrecargas.
Sejamos mais lentos, corremos e o tempo corre junto. Os anos não limitam e nem atrasam seus relógios.
Dance um compasso que não canse, onde a música embala os sonhos nos arvoredos que nossos pensamentos criam, formando uma floresta vasta de encantamentos. Somos unos e desta forma cada qual com seus limites, ou percalços que não permitem ir além, ou correr atrás. Será uma inércia ou falta de coragem de mergulhar num mar de ondas gigantes com medo de afagar-se.
Fechar os olhos é cegueira com visão.
Fechar os braços é renegar um abraço.
Fechar as mãos é deixar de socorrer um irmão.
Que no túnel do tempo, a máquina que entraremos nos transporte ao mundo das gratidões, do afago, do sorriso, do desapego e de todas as aflições...





RÉU CONFESSO


O tempo passou...  De longe um olhar apreciava
Sem possibilidades para uma percepção de encontrar os olhos da amada
Alimentava-se de esperanças e vestia-se de juramentos
Para um dia quem sabe... Os sonhos realizarem em saltos de alegria
Réu confesso de suas mais secretas emoções e indagações
Períodos de uma doce lembrança que vagavam num passado
Desatou suas amarras e veio de mansinho, qual menino.
Pedindo um abrigo no corpo fadigado pela espera.
Palavras ditas e sentidas no amago das profundas emoções dos instantes de declarações
Perplexidades juntaram-se em perguntas e respostas
Fluindo qual tempo que parou num espaço sem perder as horas
Cobrindo todo querer com as carícias que sonhava
Do corpo a encaixar-se ao seu
Fazendo dos instantes de inúmeras lembranças
Eterno tatear dos sentidos vividos
Calando-se em palavras intercalados entre beijos apaixonados
Entrelaçando duas vidas em uma
Recolhendo e distribuindo a saudade sem ser solitário
Guardando no interior de suas recordações
Um acalento para um coração sonhador e realizado
Dos sonhos de um passado...



quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Uma bagagem mais leve...


Mulher gosta de maquiagem, levarei.
Surgindo com um semblante com cores dos arcos-celestes
Uma luz que permita que eu peregrine em noites escuras
Iluminado escuridões em labirintos...
Com a bagagem mais leve iniciarei um longo caminho
Não posso dizer que não pesará... Desapegar não é tarefa fácil
Constante policialmente de nossos atos
Reflexo no espelho do caráter
Desfigurar a imagem não é premissa
Retirar aos poucos tudo que for inútil
Sem olhar para trás... Lamentar não é o caso
Sorrir e alegrar-se diante da obrigação
Levar de preferência um livro na mão
Roteiro de esperança pronunciada em oração.











Labaredas de sentimentos inúteis


Prendia dentro de mim
Labaredas de sentimentos inúteis
Remoíam e trituravam, contorcendo em dores.
Pensamentos vindos dos ulteriores
Absorvidos sem despertar de atitudes
Abrigando em meu peito e ferindo a alma
Desnorteando os rumos
Cuspi ao longe as flamas de fogo
Deixando dissipar-se ao longe
Findando em cinzas espalhando-se nos mares e rios
Levadas e lavadas desbotando os tons acinzentados
Padecido em desordens por meros pensamentos negativos
Soltei todas as amarguras, substituindo pela ternura.
Avançando a apiedar-se num só querer
Sensação de alívio, qual lago refletindo.
Limpidamente um semblante modificado
Da iniciativa de expulsar o fogo necessário...





Um barco a deriva...


Guio-me pelo farol onde a luz tênue não direciona os meus desejos
Perdida sem bússola não sabe atracar em um cais ou porto
A noite cai fria e circunspecta
Nesta vastidão de mar perco-me sem me encontrar
Um lugar ou um abrigo perfeito para os dias inabitados
Há momentos que não há farol, nem mar...
Somente um barco a navegar
Rumos sem direção, nem capitão.
Está a deriva de um despertar do que tem que ser ou será...
Volto e retorna para terra firme
Olho de longe o destino
Ele é... O que somos e escolhemos
Qual farol a iluminar os navegadores
Com seus barcos e remos...




Lua Cheia


O luar desperta um encantamento de apreciação plena
A Lua em sua fase cheia desposta alaranjada sobressaltando do horizonte
Os flashes despontam ao alcance da beleza que se descortina
Uns olham da janela ou por entre as cortinas
Os enamorados fazem promessas onde queriam um quarto sem teto
Fazendo amor a luz da Lua como testemunha
As estrelas cobriria o ato consumado num tapete de luzes
Os lençóis cairiam em festa sublimando a Lua
Os beijos seriam refletidos nas paredes
Dos encontros no firmamento de luares presente

Desnudam dois corpos num instante...

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

ASA QUEBRADA


 


Não voarei mais, minha plumagem estão encharcadas de lamúrias.
Um voo solitário qual águia nas alturas
Não sei se escaparei sem a busca que tanto busquei
Fugindo para o firmamento ao encontro do Sol
Aquecerei este frio que na alma se instala
Não me deixe só, sou um pássaro de asa quebrada.
Meu abrigo será as colinas
Escaparei para o alto mar
Solitário voarei voos não mais dados
Reservarei um canto que será triste puro lamento
Quem sabe um dia a asa restaure
Eu volte a cantar nos campos e em todos os lugares
Encontrando o meu pássaro que deixei voar...

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Emaranhado


Teu corpo no meu
É um sol escaldante
Queima sem queimar
Arde sem ardor
Restaura sem ser restaurador
Composição sem ser compositor
Cria sem ser Criador
Recria sem ser reciclador

O teu corpo me envolve qual novelo de lã
Tece sem ser tecedor
Agasalha sem ser cobertor
Ama-me sem ser Amor...

Teu corpo é abrigo no meu corpo
Sonho de um sonhador
Poesia para um trovador
Versos, prosas e romances.
Que eu gosto de compor...

Num jardim de flores sem aroma


O jardim das esperanças foi devastado
O amor se perde em demasia sofrendo um colapso
Num deserto de desenganos
Flutua além do permitido cravado de espinhos
Abraçando a rosa desfolhando-a em prantos
Respinga na terra gotículas de sangue de seu padecer
Atribulado com seus desatinos
Desmaia pedindo abrigo
Sente o colo da amada num término de dor
Calam-se diante do momento
É o amor fenecendo na forma inaugural
Despedida sem alcances
Num jardim de flores sem aromas
Uma afeição veneno exalando de seu corpo
Uma mutação de cores
Dilaceração de muitos amores...


sábado, 26 de julho de 2014

Aguce meus sentidos entorpecidos





Neste instante quero que apagues a luz e deixe tua penumbra formando uma silhueta somente com a luz do abajur. Aguce meus sentidos entorpecidos de tanto querer. Não penses que tudo é encaixe de corpo nu, complemento. Sentirei você em meus braços e dançaremos uma música de amor e o corpo vibrará nas emoções... Enxergarás no meu olhar para sentires o que sempre esperei. Um tempo que rompeu os elos e em outro tempo soldou. Sinto tuas mãos, teu calor, a respiração tão ofegante perturbando os sentidos neste roçar de pernas que dançam o prenuncio do que surgir. Inicia um então... Ou nada mais que um pulsar de coração. Sucumbirás diante dos meus apelos eriçando os pelos. Um arrepiar que atiça e transforma a silhueta nas formas que quisermos. Nesta vibrante luz que nos faz dois em um, serei a serenata nas tuas emoções e este amor será canção em minha voz. Pois, eu pronunciarei que te desejo e que permaneças em mim eternizada. Sem hora de sair ou ir, vem me abraça e deixa o mundo parar por nós, no instante que apagares toda luz. Vestiremos a roupa de um vaga-lume para não nos perdermos no escuro. Envolto de nossos delírios as luzes piscarão em lampejos de contentamento. Voltaremos de nossos sonhos, sem a silhueta a bailar, sem o corpo arrepiar...